Confusão na entrega de cestas básicas de servidores causa revolta em Aparecida

Pelo segundo mês consecutivo, Prefeitura não cumpre prazos e funcionários ficam sem benefícios

Rafael Rodrigues
Aparecida

O novo modelo adotado pela Prefeitura de Aparecida para a entrega das cestas básicas dos servidores municipais continua gerando polêmica e revolta em alguns setores da administração municipal. Vários trabalhadores se queixaram de não receber o benefício, que era para ser entregue em domicilio, a partir de fevereiro, e não retirado no DSM (Departamento de Serviços Municipais).
Pela lei em vigor no município, a Prefeitura tem até vinte dias após o pagamento para fazer a entrega, entretanto, o prazo extrapolou mais uma vez, e pelo segundo mês consecutivo, vários funcionários não foram contemplados.
Um vigia que trabalha em um setor da Prefeitura (que preferiu não se identificar) contou à reportagem que preferia o sistema antigo, já que desde o início do ano tem sofrido com os constantes atrasos na entrega da cesta. “Os meses anteriores eu pegava sempre no DSM, agora com esse sistema alguns funcionários estão sem receber. Dizem que estão entregando, mas até agora não recebi, e sei de outros funcionários, tanto que moram em Aparecida como em outras cidades, que também estão sem até hoje”.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores de Aparecida, Valdecir de Oliveira, a entidade já entrou em contato com a Prefeitura para cobrar uma solução. Ele próprio esteve em reunião com o prefeito, Ernaldo Cesar Marcondes (PDT). “Conversei pessoalmente com o prefeito sobre essa situação. Essas reclamações são fruto da desorganização da entrega das cestas básicas. Cobrei que era necessário melhorar essa entrega, porque a empresa contratou uma terceira para fazer o serviço”.
De acordo com Oliveira, são oitocentas cestas básicas para ser entregues não só em Aparecida, mas em cidades vizinhas como Potim e Guaratinguetá, mas a empresa faz somente trinta entregas diárias, o que segundo ele é inviável. “Eles entregam trinta por dia, se fizermos uma conta matemática simples, a gente vê que eles não vão conseguir entregar todas dentro do tempo limite”.
O representante da categoria disse que se no próximo mês não houver uma melhoria do sistema, ingressará na Justiça pedindo a quebra da clausula contratual que estipula a entrega das cestas no sistema domiciliar.
Cobrança – Na última sessão o assunto foi tema de debate na Câmara. O vereador Elcio Ribeiro Pinto (PR) usou parte do seu tempo na Tribuna para cobrar soluções para o problema. “As pessoas têm nos procurado bastante, inclusive um funcionário estava aqui na sessão e reclamou durante minha fala”.
O vereador disse ainda que fez um requerimento formalizando a cobrança. “Eu fiz um requerimento pedindo para que voltasse ao sistema antigo, mesmo porque não deu certo. Ele (prefeito) tem que ter humildade, voltar a entrega para o DSM”.
O prefeito tem 15 dias para responder os questionamentos e se posicionar quanto ao pedido do vereador, que prometeu levar ao conhecimento do Ministério Público o empasse.
Prefeitura – De acordo com a administração municipal, a empresa foi contratada para prestar o serviço de entrega de cesta básica na casa do servidor. O trabalho foi iniciado efetivamente no mês de março. Já havia uma expectativa de que nos primeiros noventa dias poderia ter algum problema de logística, tendo em vista o roteiro de entrega, questões de atualização de endereços de servidores e passagem de endereço adicional em caso de não haver morador na residência.
Ainda segundo a Prefeitura, os casos “são pontuais perto do universo de cerca de quase quatrocentos funcionários que recebem a cesta”. O governo garantiu que 95% dos servidores estão recebendo as cestas em casas, apenas aqueles que não moram em Aparecida, Guaratinguetá e Potim é que não recebem e retiram no DSM.

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