Skaf condena omissão do Estado com violência e rejeita “trocas por apoio”

Durante entrevista ao Jornal Atos, pré-candidato minimiza saídas de DEM e PP para outras coligações e garante que região pode contar com crescimento econômico

O pré-candidato ao governo do Estado, Paulo Skaf (centro) no programa Atos no Rádio; críticas ao Estado e expectativa de reformas (Foto: Rafaela Lourenço)
O pré-candidato ao governo do Estado, Paulo Skaf (centro) no programa Atos no Rádio; críticas ao Estado e expectativa de reformas (Foto: Rafaela Lourenço)

 

Da Redação
Região

Quase dez dias após se afastar da presidência da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf (MDB) passou pela região para dar sequência a outro projeto, o da corrida eleitoral pelo governo do Estado. Na verdade, Skaf retoma o projeto, após duas tentativas, em 2010 e 2014. Nesta sexta-feira, ele visitou o Jornal Atos, onde participou do programa Atos no Rádio para falar sobre a pré-campanha.

Escolhido no início de maio como pré-candidato do MDB ao governo de São Paulo, ele conta com apoio federal do governo Temer, mas não tem escondido, em entrevistas, o que não concorda com o atual momento do País. A sigla, que conta hoje com 85 prefeitos e mais de setecentos vereadores no Estado, anunciou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como pré-candidato à Presidência, mas o próprio Skaf chegou a ser apontado como possível escolhido.

Nos últimos anos, além das ações à frente do sistema Fiesp, ele teve participação de destaque nas ações pró-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando lançou o “Pato da Fiesp”, que, segundo o próprio Skaf, “está no Museu de Londres, símbolo dos grandes movimentos de indignação da sociedade brasileira”.

No último dia 6, Paulo Skaf se licenciou da presidência da Fiesp, Sesi (Serviço Social da Indústria), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Antes disso, no último dia 2, inaugurou o Sesi de Pindamonhangaba. “Falando em Sesi, em breve Lorena contará com uma nova unidade, já que conseguimos recentemente a liberação da última licença ambiental que faltava, em relação a corte de árvores. Acredito que em agosto comece a terraplanagem da área, com o prazo de até um ano pra entregar a nova escola”, lembrou o empresário paulistano, que recentemente inaugurou outras unidades em Cruzeiro e Jacareí. “Temos 120 escolas de primeiro mundo. Investimos muito na educação, esporte, capacitação profissional e cultura. E no Estado não será diferente”.

Em entrevista ao Jornal Atos, ele avalia o atual momento político nacional, aponta falhas no Estado quanto ao atendimento aos municípios e destaca o que deve ser prioridade nos próximos anos, como o combate à violência, cada vez mais predominante na região.

Jornal Atos – Neste período de pré-campanha, quais as principais demandas o senhor conseguiu detectar na região?

Paulo Skaf – Na verdade são várias. Em relação à educação no Vale do Paraíba existem aproximadamente 150 mil alunos nas escolas estaduais de ensino fundamental e médio. Lamentavelmente, apesar do esforço dos educadores, eles não são respeitados e valorizados. Na maior parte das vezes as crianças mal aprendem ou aprendem de forma tardia. Precisamos de investimento sério na educação. Vejo milhares de pais tentando matricular os filhos no Sesi, mas infelizmente não é somente o Sesi que vai solucionar a questão da educação em São Paulo. O Estado tem quase quatro milhões de alunos, e precisamos transformar as escolas em modelo, também prestigiando os professores e os valorizando. A evolução da educação é indispensável, principalmente agora com o momento da evolução tecnológica que vivemos. Outra questão é o desemprego. Se eu for eleito governador, criaremos um novo astral no Estado a partir do ano que vem. Um astral de crescimento, geração de empregos e de incentivo ao empreendedorismo.  A economia paulista voltará a crescer, não ficaremos nesta de promessas que nunca viram realidade. Aqui no Vale tem algumas promessas antigas que já viraram história, como a duplicação da Rodovia dos Tamoios, contorno de São Sebastião e Caraguatatuba, e melhorias no Porto de São Sebastião. Este porto deveria ser muito mais bem estruturado, já que tem um enorme potencial em relação a exploração do pré-sal. A área da tecnologia também poderia crescer através de mais apoio às startups e ações de empreendedorismo. Pretendo fazer uma grande revolução na educação, empreendedorismo e geração de empregos. E eu conheço disso, me dediquei a isso nos últimos 13 anos como presidente da Fiesp e empreendedor no Vale do Paraíba.

Atos – Qual maior falha da União e Estado com o Vale do Paraíba nos últimos anos? A questão da segurança é a maior delas?

Skaf – Primeiro, precisamos deixar claro que a segurança é de responsabilidade do Estado. Infelizmente há dados que, por hora, uma pessoa é baleada ou esfaqueada em nosso estado. Temos crime organizado, um forte tráfico de drogas, ou seja, uma situação muito grave e preocupante em relação à segurança pública. Por outro lado, temos 115 mil homens atuando nas forças de segurança. Precisamos ter um serviço de inteligência integrado para que façamos operações mais abrangentes. Precisamos ter uma Corregedoria mais forte, já que a atuação destes poucos policiais corruptos que existem acabam prejudicando a ação das forças de segurança, que na sua maioria esmagadora é formada por profissionais honestos.

Atos – Mas porque este governo não conseguiu?

Skaf – O governador tem que ser um líder político no País. Ele precisa ter força no Congresso. Precisamos de mudança na legislação, que está muito branda em relação aos criminosos. Existe uma grande lição de casa para ser feita na área da segurança. Falta coragem e vontade política para enfrentar a criminalidade de um forma mais efetiva. A sociedade tem que ser protegida. Pretendo, como governador, enfrentar esse desafio. Levarei de uma forma muito séria a questão da educação, segurança e infraestrutura.

Atos – Seu partido tem um pré-candidato praticamente definido, que tem respeito no cenário, mas não possui abrangência nas ruas. Até pela comparação dos seus números com os do Henrique Meirelles, seu nome não chegou a ser cogitado para a presidência?

Skaf – Teve uma pesquisa entre os deputados do MDB em relação aos nomes para a Presidência, e o meu nome apareceu entre os três. Mas sinceramente, minha vontade é ser governador de São Paulo. Entrei na política em 2010, candidato a governador. Nunca tinha tido filiação partidária, e sempre reclamava muito dos políticos, então entrei para fazer de uma forma diferente. Não tinha nenhum padrinho, aí entrei num partido político pequeno, com trinta segundos de televisão. Não era conhecido por ninguém, mas, mesmo assim, consegui mais de um milhão de votos. Em 2014, mais uma vez, quase cinco milhões de votos. Pesquisas atuais me colocam na liderança em muitas regiões nos dois turnos. Quero fazer pelo Brasil, através de São Paulo, já que esse Estado tem potencial enorme. Já que as coisas andam meio devagar aqui nos últimos anos, talvez não apareça que o Estado tem esse potencial todo.

Atos – Como vocês estão debatendo a questão das coligações para a campanha? Nesta semana, dois partidos que eram aliados em São Paulo se debandaram. O DEM para o PSDB de Dória e o PP para o PSB de Márcio França. Como isso pode influenciar sua campanha?

Skaf – O que eu digo é que não faço troca e não ofereço nada. Não aceito a ideia de prometer cargos. As trocas de coligações foram amplamente divulgadas. Eu não faço isso. Sinceramente, vejo um momento que, graças a Deus, tem que haver transparência e eficiência. Governo tem que dar exemplo, ter gente competente. Não pode ter troca de cargos por interesses. Não ofereço nada à ninguém. Estou muito feliz de estarmos com menos coligação na verdade. Eu queria que os partidos viessem formar coligação se falassem: “Skaf, estamos juntos no projeto para desenvolver São Paulo e ajudar seu povo”. Toma lá da cá, não é comigo.

Atos – Mas isso afeta a estrutura quanto à tempo de TV, por exemplo?

Skaf – Mesmo tendo direito a menos minutos de campanha no rádio e televisão, já sou bem conhecido. Outros candidatos vão precisar de muito mais tempo. Além disso, temos a internet também. Tenho coisas boas para mostrar. Não são promessas, são realidade. E quem vai eleger não é partido político, é o povo. Não quero depender de partido político. Além disso, hoje em dia a população não vê com bons olhos coligações com muitos partidos. A sociedade está cansada da velha política. Não estou na política para desviar um milímetro dos meus princípios. Se o tempo mostrar que preciso desviar, eu saio e volto para as entidades que represento, e meu trabalho.  Quero amar e servir na política.

Nos Bastidores

VISITA SKAF - ENTREVISTA ATOOS NO RÁDIO (76) Sexta-feira movimentada na redação do Jornal Atos. A presença do pré-candidato ao governo do Estado, Paulo Skaf, motivou um encontro com várias lideranças, deputados, prefeitos, vereadores e empresários da região, em torno de uma mega feijoada.

Cumprindo agenda na região, Skaf visitou Guaratinguetá, Piquete, Cruzeiro e São José do Barreiro, onde foi homenageado com titulo de cidadão honorário.

Em Lorena, ponto principal de sua visita à região, o presidente licenciado da Fiesp, acompanhado da vice-prefeita Marietta Batelega, participou do programa Atos no Rádio – transmitido do estúdio da redação a três emissoras simultaneamente, seguido do tradicional ‘almoço político’ – servidos às sextas-feiras.

Em conversas de bastidores, no momento de descontração do almoço, Paulo Skaf compartilhou e trocou informações com a classe política e empresarial do Estado e o que espera das eleições em outubro.

Como parte de sua agenda, Skaf foi recebido, logo após o encontro na redação do Atos, no gabinete do prefeito Fábio Marcondes, onde fez questão de apresentar a ordem de serviço para o início das obras da Escola do Sesi em Lorena. Na oportunidade, o vereador Bruno Camargo fez a entrega oficial do título de cidadão honorário, aprovado pela Câmara.

VISITA SKAF - ENTREVISTA ATOOS NO RÁDIO (140)

Comitiva – acompanharam a visita do pré-candidato Paulo Skaf o deputado federal Junji Abe, vice-prefeita Marietta Bartelega, vereadores – Guará: Fabrício da Aeronáutica, Ney Carteiro, Décio Pereira e Tia Cleusa; – Lorena: Bruno Camargo, Bruninho Ribeiro, Maurinho Fradique, Fabio Longuinho e Beto Pereira.

Fotos – No primeiro momento (estúdio), registro dos vereadores de Lorena e Guará, ao lado de Paulo Skaf, a vice-prefeita de Lorena, Marietta Bartelega, e Eder Billota, após o programa Atos no Rádio; abaixo, fala do pré-candidato ao Estado durante almoço político em Lorena.

 

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