Mulheres são minoria no comando das prefeituras paulistas

Homens também são maioria no Executivo em cinco cidades da região; levantamento feito pelo TSE mostra que nos 645 municípios, apenas 64 prefeitas foram eleitas nas últimas eleições

As prefeitas Silvana Zanin (Canas) e Erica Soler (Potim), representantes da maioria feminina na região (Foto: Reprodução)

Raphaela Dias
RMVale

Apenas uma em cada dez prefeituras paulistas foi comandada por uma mulher após as eleições de 2020. As informações são do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), com base nas estatísticas levantadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em um estado com mais de seiscentos municípios, a representatividade feminina no cargo mais alto do poder Executivo ainda é uma exceção. Na região do Vale do Paraíba, em cidades como Lorena, Guaratinguetá, Cachoeira Paulista, Cruzeiro e Pindamonhangaba, a situação não é diferente.

Os dados mostram que, em 622 cidades, 62 mulheres (9,97%) e 560 homens (90,03%) foram eleitos prefeitos. No primeiro turno, 60 mulheres e 546 homens conquistaram o mandato. Em 16 municípios, se elegeram no segundo turno duas prefeitas e 14 prefeitos. Em 23 cidades que realizaram eleições suplementares, o resultado foi a eleição de duas mulheres e 21 homens. Considerando os 645 municípios, 64 prefeitas (9,92%) e 581 prefeitos (90,08%) foram eleitos.

O número de candidatura masculina também é maior do que a feminina nas eleições de 2020, segundo o TRE-SP. Incluindo as eleições ordinárias e as suplementares, foram registradas 357 candidatas e 2.399 candidatos. As 64 prefeitas eleitas representam 17,93% das candidaturas femininas, enquanto os 581 prefeitos correspondem a 24,22% das candidaturas masculinas.

Com relação aos votos, os eleitores também mostraram preferência por candidatos. No primeiro turno, as mulheres tiveram 2.198.622 votos, o que corresponde a 10,67% do total, enquanto os homens receberam 18.410.657, representando 89,33%. Já no segundo turno, foram registrados 570.349 votos (6,71%) para as candidatas e 7.932.601 (93,29%) para os candidatos. Nas eleições suplementares, foram 9.200 votos (4,48%) para elas e 195.949 (95,52%) para eles.

Em Lorena, concorreram à Prefeitura em 2020 três homens e duas mulheres, Regina Marietta Junqueira Ortiz Monteiro (DEM) e Flavia Brazuna Bicudo Mattos (PT). Regina alcançou o segundo lugar, com 16.690 votos.

Já Flavia recebeu 656 votos, ficando em quinto. Nas eleições municipais de 2024, apenas uma mulher, Paula Sennes (PSB), disputa o cargo com dois candidatos, Sylvio Ballerini (PSD), que tenta a reeleição, e Fabio Marcondes (Republicanos).

Na cidade de Guaratinguetá, não havia nenhuma candidata feminina entre os cinco homens que disputaram o cargo do Executivo nas eleições de 2020. Já no pleito deste ano, há uma mulher entre os quatro candidatos masculinos. Dani Dias (Republicanos) concorre com Fábio Selles (PT), Junior Filippo (PSD), Regis Yasumura (PL) e Thales Gayean (PSOL).

Assim como em Guará, nenhuma mulher se candidatou para alcançar o cargo mais alto do Executivo em 2020. A situação se repete nestas eleições. A cidade de Pindamonhangaba tem a mesma realidade. Não havia candidatas naquele ano e também não há no pleito de 2024.

No município de Cachoeira Paulista, Maria da Graça Theodoro Diogo (Podemos) foi a única candidata à prefeita nas eleições de 2020, recebendo 902 votos. Ela concorreu com quatro homens e ficou em quarto lugar. Neste ano, nenhum nome feminino está entre os sete candidatos ao cargo.

A realidade dos cinco municípios do Vale do Paraíba é apenas uma parte das estatísticas. Segundo o TRE-SP, até o começo da tarde do dia 20 de agosto, 2.061 pessoas entraram com o pedido de registro de candidatura. Dessas, 295 eram mulheres e 1.766 eram homens, o que corresponde a 14% e 86% do total de candidaturas, respectivamente.

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