Reajuste de 5% anunciado pelo Estado irrita policiais
Da Redação
Região
O anúncio do governador João Doria (PSDB) sobre o reajuste de 5% no salário base de policiais e agentes penitenciários de São Paulo, nesta quarta-feira, 30, frustrou quem esperava um índice maior, após promessas de campanha do tucano, nas eleições de 2018. Associações de classe criticaram o governador e cobram maior atenção às dificuldades da área, com salários defasados e estrutura aquém do necessário.
A frase de Doria de que a polícia paulista seria a mais bem paga do país chegou a gerar expectativa no setor, mas o anúncio deixou um rastro de reclamações. O reajuste, que passa a valer no dia 1 de janeiro, deve ter um impacto no orçamento de 2020 será de R$ 1,5 bilhão, de acordo com a secretaria da Fazenda, Planejamento e Gestão do Estado. O projeto segue para avaliação na Assembleia Legislativa.
Os 5% foram criticados por órgão como o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. O órgão acredita que o índice de reajuste “prova que os policiais não são vistos, pelo governo, como importante atores das garantias dos direitos do cidadão. É necessário lembrar que a Polícia Civil do Estado de São Paulo conta com defasagem salarial de quase 50% ao longo dos últimos anos e nenhum valor abaixo disso poderá ser considerado como recomposição salarial ou aumento efetivo (trecho de nota)”.
Já o Sindicato dos Peritos Criminais lembrou que a promessa de Doria só seria atendida se o Estado colocasse em prática reajustes anuais de 40%.
Além dos 5% nos salários, que deve alcançar mais de 280 mil servidores, o Estado promete pagar assistência jurídica para policiais envolvidos em processos por ações violentas durante atendimentos e operações, a equiparação do auxílio alimentação, com teto de R$ 796, além de adicional de insalubridade.