Depois de incêndio criminoso, Ubatuba reforça segurança em áreas de preservação
Município e PM tentam evitar queimadas e ocupações irregulares; dois são detidos próximos ao Rio Acaraú
Lucas Barbosa
Ubatuba
Buscando impedir incêndios criminosos em áreas de preservação ambiental de Ubatuba, a Prefeitura intensificou neste mês as ações de fiscalização em pontos estratégicos. Contando com o apoio de moradores, agentes municipais detiveram dois homens, na última semana, acusados de participarem de queimadas e ocupações irregulares.
Com um território de 712 km², Ubatuba possui 83% de seu terreno, que corresponde a quase 590 km², pertencente ao Parque Estadual da Serra do Mar, criado em 1977 para proteger as áreas de vegetação de Mata Atlântica.
Apesar das políticas estadual e municipal de preservação, Ubatuba tem registrado queimadas em regiões de APP (Área de Preservação Permanente).
Tentando contribuir com o trabalho da Polícia Militar Ambiental na coibição das práticas criminosas, agentes da secretaria de Meio Ambiente, Defesa Civil e a Guarda Civil Municipal realizam operações integradas em trechos estratégicos da cidade.
No último dia 3, os servidores municipais receberam a denúncia sobre um incêndio criminoso em um ponto de preservação que fica entre os bairros Estufa 2 e Sesmaria. Apesar de não integrar o Parque Estadual da Serra do Mar, o local possui um vasto trecho de vegetação de Mata Atlântica, que fica às margens do rio Acaraú.
Acionado, o Corpo de Bombeiros conseguiu conter as chamas.
Já no dia seguinte, uma operação integrada entre a Guarda Municipal e a Defesa Civil flagrou dois integrantes de uma ocupação clandestina próximos à área que foi queimada. “A dupla foi detida e encaminhada ao Distrito Policial de Ubatuba. A Polícia Civil está investigando o que estas pessoas estavam planejando com esta ocupação e se tem mais envolvidos. Infelizmente o incêndio atingiu uma grande área, afetando diversas árvores nativas. Esta queimada foi a maior registrada em 2019, e faremos o possível para auxiliar a Polícia Ambiental evitar novos casos”, explicou o chefe de seção da secretaria de Meio Ambiente, Antônio Carlos Custódio.
Mesmo liberados após prestarem depoimentos, os dois homens responderão por crime ambiental, podendo ser condenados ao pagamento de multas ou até mesmo cumprirem de 3 a 6 anos de prisão.
Além das forças municipais, a Polícia Militar Ambiental reforçou na última semana o patrulhamento na região de mata entre os bairros Estufa 2 e Sesmaria, local do crime na última semana.