“Deus deve amar os homens medíocres. Fez vários deles”
Abraham Lincoln
O PAÍS DA MEDIOCRIDADE
Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do Rei.
Vou-me embora para Pasárgada, aqui eu não sou rei.
Lá a existência é uma aventura.
Como gostaria de ser Manuel Bandeira!
Tenho que viver no Brasil. Aqui não sou rei e vivo na mediocridade.
Lá a existência é uma aventura.
Aqui uma mediocridade avassaladora.
A recuperação do valor da moeda, a queda da inflação, a Lei de Responsabilidade Fiscal foi uma aventura, uma conquista da sociedade brasileira.
Um regime estatizante e a derrocada das empresas estatais para atender as necessidades da manutenção do poder.
O que fizeram a este país. Ferozmente instalaram a mediocridade revestida de mentira, farsa, engodo!
Vou para Pasárgada pela impossibilidade de ver ações transparentes, sérias e de defesa do país.
Um país que desmorona com a destruição das conquistas difíceis da sociedade nestes últimos anos.
Destruir a moeda brasileira de forma irresponsável. Instituir um programa assistencialista e uma política econômica que mostrou a sua ineficiência em 1983 e 1987, anos que o Brasil caiu de joelhos e correu para o FMI.
A mesma tática do binômio crescimento com avanço social que derrubou o regime militar diante do fracasso da administração Geisel e a passagem simbólica do regime através do General Figueiredo.
Estamos correndo o mesmo risco e nos encaminhando para uma crise financeira como dos anos de 83/87.
Um país com um PIB pífio, inflação alta, descrédito internacional, falta de investimento, nível de desemprego baixo com um volume descomunal de retirada do fundo de desemprego (?), falta de credibilidade política, requisitos básicos para uma bancarrota.
Uma classe política que governa para si e não para o país com disposição estomacal de mudar a constituição para ajustar as contas negativas do governo pela incompetência rasteira.
Um governo que faz da mentira um esporte. E a sociedade aceita.
Como desconsiderar contas no balanço do governo para que o balanço feche!
Que belo exemplo o governo dá para as empresas em fraudar seus balanços.
Com a mesma incompetência que fraudaram a Petrobras e esqueceram que ela tem títulos negociados na Bolsa de Valores de Nova York. Lá isto dá cadeia. Aqui uma mediocridade plausível!
O horizonte deste governo é muito curto apesar das longas viagens do ex-presidente e da atual presidente que não aprenderam nada da cultura destes povos. Quem sabe viajavam para fazer compras, como o presidente José Sarney, que trouxe um Boeing com “muamba” e descarregou os bagulhos longe da Polícia Federal num hangar especialmente preparado para recebê-lo.
Porque o Conselho Federal de Contabilidade, OAB, não promovem um movimento contra a fraude das contas públicas que o Congresso Nacional irá aprovar e o balanço da Petrobras em que a auditoria externa não assinará?
E o presente que deu aos metalúrgicos descontando o imposto dos carros – faltou para fechar a conta – para atender uma parcela sindical de apoio ao governo?
Quem vai pagar? A sociedade e os metalúrgicos que estão em férias coletivas, lay-off, desempregados, pois investir no Brasil é uma temeridade.
Uma série de dúvidas que a sociedade precisa resolver. Como aceitar o novo ministro da Fazenda, indicado ao ex-ministro Palocci por Armínio Fraga? Como convidar o presidente do Bradesco para o cargo de ministro da Fazenda, com 47 anos de Bradesco, para ser dominado por uma pretensa economista, despreparada, prepotente. A justificativa do governo é que o presidente do Bradesco é bancário e não banqueiro. O mesmo despreparado do governo que não mediu as conseqüências do escândalo da Petrobras no mercado acionário americano e desconhecer que um funcionário do Bradesco que chega à presidência é acionista.
Vou para Pasárgada. Lá sou amigo do rei e não viverei na mediocridade!
Escrito por: Márcio Meirelles