Atos e Fatos
“Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há certa cumplicidade vergonhosa”.
Victor Hugo
Professor Márcio Meirelles
ONDE ERRAMOS?
Seremos um país pobre, de idosos e sem educação!
Uma posição firmada há alguns anos a sociedade e governo não tinham a menor ideia de que poderíamos alcançar.
As crenças tolas de que seriamos o país do futuro, Deus é brasileiro, o futuro a Deus pertence, somos um país rico, o país do “jeitinho”.
Constatamos que a crença se realiza quando há uma ação conjunta de povo e governo, o exercício da liberdade, democracia plena, o progresso almejado.
Nos transformamos em um país da fila dos necessitados e pobres!
A fila da Previdência aumentou 28%, de alguns meses para cá, e perto de 1,8 milhão de pessoas esperam pelo direito de apoio no sistema estatal de aposentadoria, pensão e assistência social.
Ainda, a Previdência, 1 milhão de pessoas aguardando a perícia médica, um jogo de braço, entre a Previdência e o Ministério do Trabalho responsável pela inspeção médica.
A perspectiva de 500 mil novos pedidos de assistência social, por mês, na forma da lei dos Benefícios de Prestação Continuada (BPC).
São as pessoas portadoras de deficiência permanente, mães de recém-nascidos sem renda para sustentar a família, e as pessoas com mais de 65 anos sem cobertura social.
Ao largo desta tragédia social a fila dos empobrecidos numa vida adulta sem educação, marginalizados pelo mercado, contingentes do subemprego, sem qualificação profissional, semialfabetizados, à espera de uma proteção estatal para um prato de comida (28.4 % da população).
A Insegurança Alimentar de um grande contingente de pessoas, 30,7% população, que vivem no desespero de não
ter a certeza de que amanhã terão uma refeição.
Vivemos no mundo do conhecimento, das conquistas científicas, da inteligência artificial.
Não percebemos esta evolução!
O país se transforma numa imensa fábrica produtora de pobres e idosos!
Mudanças de governo, ideologias atrasadas, mudanças na burocracia propiciam a ruína do Estado do bem-estar social acompanhada de alta inflação, dívida pública, estagnação econômica, a negligência política e falta de responsabilidade no controle das contas públicas, corrupção.
Na ponta da fila a questão da educação.
No período anterior à crise sanitária a dificuldade de ler e escrever era verificada em 13 para cada 100 crianças de 7 e 8 anos. Hoje estamos com 26 crianças nesta condição.
Antes da pandemia eram 33 em cada 100 crianças que tinha dificuldade na escrita e leitura.
Hoje estamos com 51crianças nesta condição.
O interessante, o flagelo do desastre da educação, não atingiu só as crianças pobres, nas classes econômicas de maior renda o fenômeno também é verificado.
O aumento foi de 11 crianças para 16 crianças.
O mais estarrecedor: os alunos não alfabetizados no segundo ano do ensino fundamental passou de 39% para 56,4%.
O país se transforma numa imensa fábrica produtora de analfabetos!
A resposta à pergunta: Onde erramos? diante deste brutal processo de exclusão social é respondido, em parte, pela incompetência da elite no poder em estimular mudanças estruturais no capitalismo nacional, na burocracia do Estado e a ausência ativa da sociedade no diálogo político.
O mais incompreensível na elite do país é manter o culto à pobreza e a dificuldade de enriquecer o país com mais justiça social.