Dani cobra segurança; Junior e Gayean divergem sobre TUG; Régis e Selles se confrontam sobre Codesg: o debate de Guará em Lorena

Realizado por centros universitários e Diocese, encontro mantém sequência de confrontamento entre candidatos com ataques cada vez mais presentes

Dani Dias e Junior Filippo durante confronto no debate realizado na última quinta-feira (Foto: Divulgação Unifatea)

Francisco Assis
Guaratinguetá

Mais um debate, mais confrontos e confirmações de estratégias. A corrida eleitoral de Guaratinguetá contou com um novo encontro entre os cinco candidatos ao posto hoje ocupado pelo prefeito Marcus Soliva (PL). O teatro Teresa D’Ávila recebeu na quinta-feira (26) a vereadora e jornalista Dani Dias (Republicanos), o ex-prefeito Junior Filippo (PSD), o atual vice-prefeito Régis Yasumura (PL), o engenheiro Fábio Selles (PT) e o historiador e museólogo Thales Gayean (PSOL) para o quarto evento, em sete que serão realizados até o fim da campanha.

Após três debates, os candidatos vieram a Lorena para evento promovido pelo conglomerado de entidades formado por Unifatea (Centro Universitário Teresa D’Ávila), Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), Faculdades Serra Dourada e a Pastoral Fé e Cidadania da Diocese de Lorena.

Dos cinco blocos, três contaram com confronto direto entre os concorrentes. Antes deles, o espaço para apresentação teve Dani abordando a atenção à segurança pública, com a proposta da criação da Guarda Civil Municipal; o petista Fábio Selles citando projetos com foco no social; Filippo frisando propostas para o funcionalismo municipal; Gayean questionando a falta de cuidados com o Centro Histórico e a cultura e Yasumura focando o atendimento na saúde.

Nos confrontos diretos, destaque para Régis e Dani Dias que debatem as obras de mobilidade, quando o governista enfatizou a obra da Avenida “S” e acabou questionado pela adversária sobre a falta de uma equipe técnica especializada da própria Prefeitura para o projeto. “Guará não tem nem plano de contingência para enchentes”, apontou Dani. “Temos sim”, rebateu Yasumura”. “Me desculpe, mas são dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais)”, frisou a candidata, na tréplica.

A discussão sobre o atual contrato do TUG (Transporte Urbano de Guaratinguetá), assinado em outubro de 2019 com a empresa Oceano e alvo de reclamações quanto à qualidade do serviço prestado foi tema de discussão entre Junior Filippo e Thales Gayean, que frisou lutar contra a atual parceria, considerada pelo candidato do PSOL como “abusiva”.

A resposta do ex-prefeito veio como provocação ao historiador. Filippo frisou ser “impossível colocar a tarifa zero em Guará”. A proposta faz parte do plano de governo de Gayean. “Não é uma questão financeira, mas sim de querer”, contra-atacou o psolista.

No quarto bloco, Fábio Selles e Yasumura debatiam a gestão da Codesg (Companhia de Desenvolvimento de Guaratinguetá), que enfrenta dívida milionária, quando o petista disse que o vice-prefeito havia citado a possibilidade de “improbidade administrativa” na empresa municipal. O tema gerou o único direito de resposta no debate, solicitado por Régis. “A acusação que esse senhor fez é muito grave, dizer que eu falei em improbidade sobre nossa gestão. Fábio, você vai ter que provar onde ouviu isso”, atacou Regis.

Após o debate, Selles reforçou a denúncia. “O cara (Régis) falou mesmo. Se ele falou bobagem e agora se arrepende, não é problema nosso”. Horas depois, uma gravação em que o vice-prefeito, durante entrevista à Rádio Mix, fala que a Codesg será um desafio ao próximo gestor estava postada nas redes sociais do candidato do PT. “… sanar essa dívida será o desafio para os próximos meses. Até porque, a improbidade administrativa pode acontecer (trecho do vídeo)”.

Após o debate, a avaliação dos concorrentes foi de que o encontro teve momentos mais quentes que os anteriores. “Acho que é sempre válida essas oportunidades de dizer um pouco o que a gente quer fazer e como vamos fazer”, comentou Junior Filippo.

Dani Dias, alvo de citações dos adversários, acredita que o ritmo de mais ataques é normal na reta final de campanha. “Nossa proposta é moderna, é uma gestão de renovação, é uma gestão de projetos mais audaciosos e projetos que dá pra fazer. No debate, é normal o confronto. No dia 6 de outubro acaba tudo isso, mas é um confronto de ideias, um confronto de comportamentos”, destacou.

Para Selles, a sequência de debates tem sido proveitosa para candidatos e eleitores. “Todos os debates são interessantes, onde podemos colocar nossas ideias e ter esse confronto de ideias. Por mais que o candidato minta, sempre transparece o verdadeiro plano de governo dele. O nosso é transparente, verdadeiro, é o mais completo plano de governo, os outros ficam arrumando desculpas aí”.

Mas há quem esteja entendendo certo desgaste com o acúmulo de encontros entre candidatos. Após o debate na Unifatea, os prefeituráveis participaram de outro, na noite desta sexta-feira (27), realizado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Guaratinguetá (encerrado após o fechamento desta edição). Outros dois serão realizados pelo Jornal Notícias e a TV BandVale. “A rotina está intensa, chegando no final da campanha, eu sempre vou defender a construção de instâncias para o debate democrático para a composição de ideias. Acho que o clima se esquenta sim, porque é o acirramento, é a disputa voto a voto, gastando solo, gastando saliva na rua, então certamente a coisa vai ficando um pouco mais tensa”, avaliou Thales Gayean.

Opinião seguida por Régis Yasumura (PL). “Temos ainda alguns dias, alguns debates, esse ainda foi um pouco mais acalorado do que os outros, porém, parabenizar todos os candidatos, porque foi mantido o respeito, sempre na linha da ideia, do pensamento, nada fugiu do que é normal”.

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