Após quarenta anos, escola é reativada em comunidade quilombola de Ubatuba

Unidade é reaberta depois de reforma com investimento de R$ 205 mil; colégio tem capacidade para atender quarenta crianças e adolescentes

Cerimônia de reinauguração; escola facilitará o acesso a educação das crianças da comunidade (Foto: Divulgação PMU)

Lucas Oliveira
Ubatuba

Depois de quatro décadas de espera, a escola municipal do Quilombo da Caçandoca foi reinaugurada no último fim de semana em Ubatuba. A reforma do equipamento público foi viabilizada através de um investimento de aproximadamente R$ 205 mil.

Contando com as presenças da prefeita Flavia Pascoal (PL) e da secretária de Educação, Márcia Fagundes, a cerimônia de reabertura da escola municipal Quilombola Benedita Chrispin dos Santos foi realizada na manhã do último sábado (27). O evento foi acompanhado por moradores e membros da Associação dos Remanescentes da Comunidade do Quilombo da Caçandoca.

Iniciada em maio do ano passado, a reforma foi pautada em adequações nos sistemas elétrico e hidráulico, telhado, forro, pisos, cozinha, banheiros, depósito, refeitório e das duas salas de aula. Além de pintura externa e interna, o imóvel recebeu também novas mobílias, portas e janelas.

Segundo a secretaria de Educação, a unidade, que possui capacidade para receber até quarenta alunos de ensino infantil e de ensino fundamental, atenderá inicialmente cerca de vinte estudantes. O funcionamento do colégio, que contará com atividades especiais relacionadas à cultura quilombola, garantirá que as crianças da comunidade não precisem mais se deslocar até regiões vizinhas em busca de atendimento educacional. “A inauguração da escola é um passo significativo na garantia de que suas tradições sejam preservadas e transmitidas às futuras gerações. A estrutura escolar dentro da comunidade vai facilitar o acesso ao conhecimento”, destacou a supervisora de Ensino de Ubatuba, Inah Araújo.

A integrante da Associação Remanescentes da Comunidade do Quilombo da Caçandoca, Vicentina Gabriel, ressaltou a importância da reabertura do equipamento público após quase quarenta anos. “Além de ser um espaço educativo, é um espaço de memória e de memória afetiva, essa escola vai ser uma referência de educação diferenciada. Nós somos uma comunidade quilombola. Nós temos uma identidade, nós temos uma ancestralidade e não podemos perder isso de vista nunca. E isso a gente precisa passar para as nossas crianças, para os nossos jovens e até para os nossos adultos que ainda estão nesse processo de consciência e pertencimento”.

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