Por economia, Polícia Científica pode deixar Guaratinguetá

Medida deve levar atendimento para Cruzeiro ou Taubaté; delegado prevê prejuízos

Viatura da Polícia Científica; veículo pode ficar mais raro em Guará, com possível mudança de cidade (Reprodução)
Viatura da Polícia Científica; veículo pode ficar mais raro em Guará, com possível mudança de cidade (Reprodução)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

Quase dois anos após voltar a funcionar em Guaratinguetá, a Polícia Científica pode deixar a cidade novamente. Os trabalhos que voltaram a serem realizados em junho de 2014 para agilizar os atendimentos a ocorrências podem ser encerrados neste ano. O prédio, que abriga a Polícia Científica em Guaratinguetá, tem de ser entregue ao proprietário até o final deste mês, e em virtude da crise que assola o País, o IC (Instituto de Criminalística) não está fazendo novas locações.
A equipe de Perícias Criminalísticas de Guaratinguetá é subordinada ao Núcleo de Perícias Criminalísticas de São José dos Campos e abrange nove cidades: Guaratinguetá, Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Lorena, Piquete, Potim, Roseira.
Segundo o delegado seccional de Guaratinguetá, Márcio Marques Ramalho, o atual prédio da Polícia Científica deixa a desejar e necessita de uma reforma. Como o Instituto de Criminalística não tem verba para custear a reforma, seria preciso fazer a locação de um outro prédio. O IC também não está autorizando novas locações, por isso segue o impasse, e os atendimentos poderão ser transferidos para Cruzeiro ou Taubaté. “Até o final deste mês estamos com este impasse, ou a Polícia Científica deixa a cidade, ou então toma-se alguma providência e o Comitê Gestor do Instituto de Criminalística autoriza uma locação excepcionalmente de um novo prédio para a Polícia Científica em Guaratinguetá”, comentou.
O delegado ressaltou que a interrupção dos atendimentos em Guaratinguetá causará grandes prejuízos para a Polícia Civil e para a sociedade. “De madrugada, se tivermos de fazer um exame toxicológico ou outro exame necessário para uma prisão em flagrante, nossa equipe terá de se deslocar até Cruzeiro, causando um grande prejuízo, atraso e dificuldade, ou seja, o gasto seria maior com o deslocamento de viatura e pessoal para outra cidade, do que focar em um novo aluguel em Guaratinguetá”.
Ramalho relatou que em conversa com o diretor do Instituto de Criminalística, colocou à disposição o prédio que abrigava a Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), que será entregue pela Polícia Civil ao 1º DP (Delegacia de Polícia). “Como o Poupatempo foi instalado na cidade, não há a necessidade da Polícia Civil continuar prestando o serviço de emissão de RG como fazia antigamente. Vamos manter dois funcionários, com um atendimento mais enxuto, pois o trabalho dá para fazer no próprio DP. Estou colocando à disposição da Polícia Cientifica este prédio, tentando de todas as formas que o Instituto de Criminalística não se transfira para Cruzeiro ou Taubaté”.
Além de realizar perícias nas áreas de acidente de trânsito, crimes contra o patrimônio, informática, crimes contra a pessoa, engenharia, balística, química (residuográfica e identificação veicular), entorpecentes, identificação criminal, crimes contábeis e documentoscopia, a Polícia Cientifica colhe materiais destinados aos exames laboratoriais do Centro de Exames, Análises e Pesquisas do Instituto de Criminalística, para complementação ou suporte científico das perícias de local.
Procurado pela reportagem do Jornal Atos, o Instituto de Criminalística não quis comentar o caso.

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