Câmara abre processante para investigar nova denúncia contra Celão

Nei, Vantuir e Dani Dias são sorteados para compor comissão que avalia caso; resultado de apurações será votado por todos os vereadores em noventa dias

Comissão que vai avaliar denuncias contra o vereador Marcelo Coutinho; caso terá votação no plenário (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Os vereadores de Guaratinguetá acataram uma denúncia contra Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), parlamentar que presidiu a Casa até dezembro de 2020. Os apontamentos foram apresentados, na última semana, por Gilberto Cabett, promotor da cidade, mas que protocolou o documento presencialmente na Câmara como “cidadão”. Na terça-feira (8), a Casa leu na íntegra as 37 páginas dos apontamentos antes de aprovar a admissibilidade da investigação.

Dos 10 vereadores aptos, 9 foram a favor da abertura da comissão processante e apenas um se absteve. Orville Teixeira, primeiro suplente do PSD e substituto de Celão nesta sessão, se baseou no artigo 229 do regimento interno da Câmara, e informou que não poderia votar por ser suplente imediato de Celão e por poder configurar, na teoria, interesse na condenação de Marcelo Coutinho.

Sua presença foi computada para a votação ter quórum, mas ele se absteve do voto. Irene Cobradora, primeira suplente do PSC, substituiu Márcio Almeida, que pediu afastamento por 15 dias e também ficou impedida de votar. Todos os outros nove vereadores foram a favor do pedido.

Com a aprovação, a Câmara instaurou uma comissão processante para investigar a denúncia. Dos nove vereadores favoráveis à abertura, oito participaram do sorteio para formação da comissão. Nei Carteiro (MDB), Vantuir Faria (MDB) e Dani Dias (PSC) foram sorteados, com Nei na presidência e Vantuir na relatoria.

A processante terá noventa dias para emitir um parecer que, independente do resultado (arquivamento ou pela punição de Celão), será votado em plenário. Uma das possibilidades é a cassação do mandato do vereador. Mas para que isso ocorra, é necessário que a comissão conclua o relatório pela cassação e no plenário, 8 dos 11 vereadores votem a favor da punição.

Prazos e oitivas – Os vereadores da Comissão Processante concederam coletiva de imprensa ao fim da sessão. Segundo os parlamentares, as reuniões para discussões começam em um prazo de cinco dias após a instauração da comissão. “O presidente vai convocar uma reunião quanto breve, para nós começarmos a analisar a documentação que já está na Câmara referente ao processo. Portanto, a partir desse momento nós vamos iniciar a pensar o relatório que vai ser entregue daqui a noventa dias”, afirmou Vantuir. “Pode ter certeza que todos nós faremos um trabalho muito sério, de avaliar documento por documento, porque precisamos mostrar para a população que temos uma comissão séria, unida e que pensa na cidade”, concluiu.

Para a vereadora Dani Dias, os integrantes da comissão vão precisar concentrar as atenções neste caso. “Eu acredito que todos vamos paralisar algumas atividades intensas que a gente exerce. Eu trabalho muito, assim como Vantuir e Nei. Claro que não dá para largar tudo. A gente tem nossa demanda, mas em virtude da magnitude do caso, do inquérito civil e das denúncias da Polícia Civil, a gente vai parar bastante nossas atividades devido à complexidade desse caso”.

O presidente da comissão, Nei Carteiro, foi questionado se o prazo de noventa dias é suficiente para concluir as investigações. “A gente vai fazer da melhor maneira possível, o importante é fazer certo. Quanto ao prazo, o tempo dirá se é suficiente ou não. Sinceramente a gente tem que avançar nisso, iniciar, é claro que tem o objetivo de se cumprir. Com certeza vamos cumprir o que está determinado. Quanto ao tempo, vamos aguardar. Mas de maneira nenhuma vamos deixar de seguir o que está previsto”.

O vereador Marcelo Coutinho foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

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