SOS Mata Atlântica e Santuário Nacional firmam parceria para monitoramento da qualidade do Rio Paraíba

Ação em Aparecida conta com participação de voluntários; estudo se inicia no próximo mês e tem duração de três anos

Rio Paraíba do Sul, palco de projeto entre o Santuário Nacional e o SOS Mata Atlântica, com foco na água oferecida (Foto: Colaboração/Gustavo Cabral)

Marcelo Augusto dos Santos
Aparecida

O Santuário Nacional de Aparecida firmou uma parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, que vai realizar o monitoramento de qualidade da água do Rio Paraíba do Sul pelos próximos três anos. A ação contará com apoio de voluntários.

A bacia do rio tem uma área de 56,5 mil km², abrangendo as regiões do Vale do Paraíba, Sul e Noroeste Fluminense e grande parte da Zona da Mata Mineira.

De acordo com a fundação, o monitoramento será realizado por voluntários. A coleta da água será feita no Porto do Itaguaçu e em Guaratinguetá, utilizando um kit de análise e indicadores de percepção para levantar o IQA (Índice de Qualidade da Água), padrão internacional adotado para avaliar a condição ambiental da água doce.

No último dia 23, uma capacitação foi realizada com os voluntários e a primeira amostra foi recolhida. Segundo o biólogo e educador da SOS Mata Atlântica, Cesar Pegoraro, a pesquisa trará a luz para sociedade sobre um assunto que precisa de atenção. “Não é digno que a gente tenha tão lindo, tão grande e historicamente importante como o Rio Paraíba do Sul, recebendo esgoto ‘in natura’ nessa altura da história brasileira. Então a gente acredita que essa mobilização ajude a melhorar a condição sócio ambiental e obviamente com isso, a gente tenha mais qualidade de vida, setores econômicos mais fortalecidos e uma saúde mais próspera nas comunidades.”

Os indicadores levantados pela pesquisa serão anexados a um relatório técnico anual, que estuda a qualidade das águas dos rios dos 17 estados da Mata Atlântica.
“Para nós a iniciativa é importante por dois motivos: primeiro porque faz parte de um grande projeto de restauração já realizado na região, fruto da parceria entre a SOS Mata Atlântica e o Santuário de Aparecida”, explicou o geógrafo e coordenador da causa Água Limpa na SOS Mata Atlântica, Gustavo Veronesi. “E também porque, como parte de uma série de ações de educação e mobilização que vem acontecendo desde 2018, vai nos ajudar a acompanhar e analisar a qualidade da água do rio para saber que medidas podem e devem ser tomadas”, completou.

Esgoto – Em 2013, o Município foi contemplado pelo programa “Água Limpa” do Governo do Estado e ganhou uma ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) que atingiria 100% do tratamento. Mas apesar do prognóstico, oito anos depois a situação continua a mesma.

Atualmente, a estação coleta parte do esgoto da cidade (cerca de 70%), mas não trata nenhuma porcentagem, ou seja, o material chega na ETE e é despejado ‘in natura’ no Rio Paraíba.

À época, a obra teve um valor estipulado pelo Estado em R$ 22,3 milhões na implantação do complexo, mas no ano de 2017, o então governo de Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que não iria mais fazer investimentos.

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