Bolsonaro desconversa sobre investimentos no Vale; “Marcos Pontes, está analisando”

Presidente retornou à cidade para formatura na EEar e conhecer atendimento da Fazenda da Esperança; capitão do Exército, ele exaltou participação das Forças Armadas em projeto de “um país melhor”

A passagem do presidente Jair Bolsonaro pela EEar, quando falou sobre propostas para região e respondeu às polêmicas do governo (Foto: Leandro Oliveira)
A passagem do presidente Jair Bolsonaro pela EEar, quando falou sobre propostas para região e respondeu às polêmicas do governo (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

A passagem do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) por Guaratinguetá, na última quarta-feira, foi marcada por visitas, lutas por selfies e a primeira vez na Fazenda Esperança. Demandas regionais e as polêmicas de Brasília pautaram as falas do capitão do Exército eleito em 2018.

Bolsonaro visita a cidade anualmente para a formatura dos sargentos da EEar (Escola de Especialistas da Aeronáutica). Nesta semana, a cerimônia que terminou com a formação de 141 novos militares contou com a presença inédita de um presidente em exercício.

Antes da EEar, o presidente conheceu de perto o trabalho da Fazenda da Esperança, entidade que dá apoio e acolhimento para dependentes químicos. O convite, segundo Bolsonaro, partiu do fundador da Fazenda, Frei Hans Stapel. A passagem pela unidade durou aproximadamente uma hora e foi restrita. “É um trabalho maravilhoso que é feito lá. A gente agradece a Deus por ter essas pessoas na Terra salvando as pessoas das drogas”.

Um forte esquema de segurança foi montado com policiais militares, rodoviários federais e do Exército. O comando da segurança ficou sob responsabilidade do 5º BIL (Batalhão de Infantaria Leve de Lorena).

Na Escola de Especialistas, o presidente discursou, rapidamente, aos novos sargentos e fez questão de afirmar que conta com as Forças Armadas para construir um país melhor. Bolsonaro citou que é fundamental defender a liberdade e a democracia. “Quis Deus colocar em nossas mãos a Presidência da República e nós honramos a missão”, exaltou.

Diferente do discurso aos militares, na coletiva de imprensa o presidente deu longas respostas. Da última vez que esteve em Guaratinguetá, no final de novembro do ano passado, o presidente afirmou que o Vale do Paraíba seria um polo estratégico para exploração do nióbio e grafeno. À época, ao ser indagado sobre possíveis investimentos no Vale do Paraíba, o presidente afirmou que a região tem grande potencial de exploração para o desenvolvimento. “O Vale do Paraíba, a gente estuda junto com Marcos Pontes, para criarmos aqui o ‘Vale do Silício’, que poderia ser o Vale do Grafeno ou Nióbio. Existe essa possibilidade e a região a ser escolhida, devido à proximidade de grandes empresas, seria o Vale do Paraíba”, respondeu, comparando a região entre Rio e São Paulo com a principal área de tecnologia dos Estados Unidos.

o presidente Jair Bolsonaro durante visita a formatura da EEar (Foto: Leandro Oliveira)
O presidente Jair Bolsonaro durante visita a formatura da EEar (Foto: Leandro Oliveira)

Desta vez, se limitou a dizer que o ministro de Ciências e Tecnologia, Marcos Pontes, está analisando a proposta.

Nacional – A política nacional e as polêmicas envolvendo nomes do seu governo foram as principais pautas durante a coletiva de imprensa. O presidente se mostrou seguro ao afirmar que o decreto de liberação da posse de armas, derrotado no Senado, será aprovado sem dificuldades na Câmara. “Tenho certeza que a gente ganha na Câmara. Não é compromisso de campanha meu, o povo que quer isso. O povo que, em 2005, optou por ter arma em casa”.

Enquanto Bolsonaro acompanhava a cerimônia na EEar, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, era sabatinado no Senado. Conversas de Moro e Deltan Dallagnol, chefe da operação Lava Jato, foram divulgadas pelo site The Intercept. No Senado, o ministro afirmou não ter apego ao cargo e sair, caso sejam comprovadas irregularidades.

Em Guaratinguetá, Bolsonaro saiu em defesa de Moro. “Não vi nada de anormal até agora”, afirmou. “Atacam quem está do meu lado para tentar me atingir. Vão quebrar a cara. Podem procurar outro alvo. O Sérgio Moro é o nosso patrimônio”.

Curtas – O presidente afirmou que crê na aprovação da Reforma da Previdência como um sistema para destravar a economia brasileira e gerar mais empregos. Bolsonaro confirmou ainda que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deixará a articulação política, que será ocupada pelo general Luiz Eduardo Ramos, recém-nomeado para a secretaria de Governo. Por fim, o presidente confirmou que não irá assinar nenhuma nova reserva indígena no Brasil.

Após a coletiva, o presidente fez questão de se reunir, na parte interna da EEar, com lideranças da política regional, para uma rápida reunião. Depois, seguiu para o Aeroporto Edu Chaves, em Guaratinguetá, de onde partiu para Brasília.

 

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