Moradores do Olaria pedem fim de domínio de Adevaldir e Fabrício Ramos no Joana D’Arc

Ação denuncia descaso e atuação ilegal da diretoria do clube; defesa nega irregularidades e abandono

Quadra em desuso e mato cobrindo alambrado do campo de futebol; condições do atual Joana D'Arc (Foto: Colaboração)
Quadra em desuso e mato cobrindo alambrado do campo de futebol; condições do atual Joana D’Arc (Foto: Colaboração)

Da Redação
Lorena

Um dos clubes esportivos mais tradicionais de Lorena é palco de uma ação judicial que tenta impedir o fim das atividades. Um grupo de moradores do Olaria tenta retirar das mãos do grupo encabeçado pelo empresário e vereador Adevaldir Ramos (PRB) e seu filho, o também empresário e ex-vereador, Fabrício Ramos (PRB), a direção do Joana D’Arc, com acusações de abandono e desrespeito ao estatuto do clube.

Fundado em 1952, o Joana D’Arc Esporte Clube não é mais espaço apenas para a disputa dentro de campo, onde recebe o torneio recreativo e partidas amadoras. Agora, o clube, que fica no bairro do Olaria, é alvo também de uma disputa judicial, após uma ação impetrada em novembro de 2018, pelo “Cabo” (Comitê Amigos do Bairro Olaria), que pede a nomeação de um “administrador provisório”, além de uma eleição para a formação de uma nova diretoria. A medida foi tomada por moradores do bairro, entre eles o policial reformado José Carlos da Silva Pinto, tenente da Polícia Militar.

A motivação, de acordo com o grupo, é que Fabrício Ramos e a atual diretoria deveriam exercer o mandato apenas entre janeiro de 2013 e janeiro de 2016, mas não realizaram um novo pleito. A denúncia destaca que nem mesmo assembleias, reuniões ordinárias ou extraordinárias teriam acontecido, assim como a falta de prestações de contas. O grupo denunciou ainda um abandono das estruturas e atividades do clube e ainda pelo temor de dívidas, entre ela, com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que estaria em débito deste 2008.

Na ação entregue à Justiça, o grupo de moradores pede entre outras coisas a apuração do atual estado estrutural e financeiro do clube e a fixação de multas diárias em caso de descumprimento.

Outra solicitação é para a realização de uma audiência de conciliação, o que aconteceu no último dia 28, mas que não teve resultado, já que a defesa teria apresentado proposta não aceita pelos denunciantes, como a de uma gestão compartilhada.

Presidentes – Adevaldir e Fabrício Ramos estão à frente do Joana D’Arc há 12 anos. O pai ocupou o cargo por dois mandatos, entre 5 de janeiro de 2007 e 15 de janeiro de 2013, quando Fabrício assumiu o clube. O mandato do empresário seria de dois anos, mas de acordo com as denúncias, não foram realizadas novas eleições.

Em resposta, o atual presidente negou à Justiça que o clube esteja sob administração irregular. A defesa de Ramos garantiu que, seguindo o estatuto, a diretoria atual seguiu no comando do Joana D’Arc porque não conseguiu realizar uma nova eleição devido à falta de interessados na participação do pleito, que teria sido divulgado em “jornal da cidade”. Mas um documento anexo à defesa mostraria que um edital teria sido publicado em 2016, apenas no jornal “Queluz Notícia”. Queluz fica à 54,3 quilômetros de Lorena, cidade sede do clube. Em 2016, o “Queluz em Notícias” não contava com distribuição em Lorena, como foi informado ao Cabo, que frisou ainda que o periódico teria negado que havia publicado o edital do Joana D’Arc.

Sobre os cuidados com a estrutura do clube, a defesa destaca que o Joana D’Arc segue fechado por determinação da Prefeitura devido à falta de laudo do Corpo de Bombeiros desde 2017, e ainda, que o atual presidente mantém cuidados com a estrutura, que estaria “arcando do próprio rendimento”.
O processo segue na 2ª Vara de Justiça de Lorena, que deve publicar despacho nos próximos dias.

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