Vereador pede isolamento de conjunto habitacional invadido em Cachoeira

Prédio inacabado no Jardim da Fonte é alvo de reclamações por consumo e tráfico de drogas; quatro pessoas vivem no local em situações precárias

Prédio invadido em Cachoeira Paulista; conjunto no Jardim da Fonte está parado há anos na cidade (Foto: Jéssica Dias)
Prédio invadido em Cachoeira Paulista; conjunto no Jardim da Fonte está parado há anos na cidade (Foto: Jéssica Dias)

Jéssica Dias
Cachoeira Paulista

Uma indicação apresentada à Câmara de Cachoeira Paulista no último dia 12, pelo vereador Danilo Luiz da Silva, Professor Danilo (PROS), sugeriu ao Executivo o isolamento ou fechamento da entrada do Conjunto Habitacional do Jardim da Fonte.

A indicação mostra reclamações feita por moradores do bairro sobre a presença de pessoas que utilizam o local para consumo e tráfico de drogas.

O espaço foi denominado para a construção de 24 unidades, como parte do contrato do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Atualmente, a obra conta com 12 unidades construídas. Iniciada na gestão de Fabiano Vieira (PTB), a construção segue paralisada. Hoje, quatro pessoas moram no prédio inacabado, em situações precárias e sem saneamento básico.

De acordo com a Prefeitura, para a finalização do prédio é necessário executar a parte elétrica, hidráulica e peças sanitárias, instalação de esquadrias e vidros, regularização de piso, alvenaria de fechamento, troca de telhas quebradas, instalação de corrimão e guarda corpo e pintura. “O Executivo fala que não depende só dele, depende de questões jurídicas até mesmo, como se trata de investimentos que não foram realizadas em outras administrações. Existe algumas pendências ainda a serem resolvidas”, explicou Professor Danilo.

O vendedor autônomo, Moisés Francisco Pereira, 52 anos, mora no local há pouco mais de um ano e relatou os problemas do local. “Disseram que o rapaz que era empreiteiro foi embora com o dinheiro da turma e não pagou o pessoal que trabalhou aqui”, contou.

Pereira lembrou à reportagem do Atos a visita do prefeito Edson Mota (PR) no bairro. “Quando teve o comício, ele (prefeito) veio aqui, falou que ia terminar, mas até agora nada. Aqui tem quatro moradores, o prefeito falou que não é para deixar ninguém mais entrar aqui, que depois ele vai ver o que vai fazer com ‘nóis’ que tá faz tempo aqui (sic)”.

Segundo Professor Danilo, além do prédio que está semiacabado, havia outra estrutura similar que deveria ter sido construída, mas não saiu do papel. O prédio atenderia moradores do bairro Santa Terezinha que possuem casas em área ambiental. “É uma situação que já vem ao longo do tempo. Eles falam que são algumas situações que já estão consolidadas, ou seja, cria mais transtorno mexer do que deixar da forma como está, isso o próprio Ministério Público se manifesta dessa forma, mas existem algumas casas que estão em áreas de risco, então essas casas tem que ser retiradas e os moradores seriam destinados a moradia no predinho”, revelou Professor Danilo.

Outro morador do prédio, Thiago Rodrigo, 32 anos, que trabalha em serviços gerais, mora no local pouco mais de nove meses. “Eu tô (sic) aqui desde quando morava o outro rapazinho ali em cima, só que ele faleceu. Ai fiquei aqui, agora estou com uma companheira. Ele morreu de friagem, de tuberculose. Morreu porque é tudo aberto aqui”, contou Rodrigo, que improvisou uma cortina para a janela com um lençol, para evitar a friagem. “Eu arrumei água na mina, banheiro, improvisei tudo, porque não tem nada”, criticou.

Solicitações – Não é de hoje que a construção dos prédios e a situação do local é alvo de protestos. Em fevereiro, Professor Danilo enviou um requerimento ao Executivo solicitando informações sobre o conjunto habitacional. “A empresa vencedora do certame em 2014, Cem Dez Construções Ltda ME, que daria prosseguimento para a finalização da obra, solicitou um distrato amigável do contrato. A Prefeitura decidiu fazer o distrato e a devolução dos recursos à Caixa Econômica Federal, em janeiro de 2015, por razões não competentes a este setor (trecho do requerimento)”.

Além do documento enviado no começo do ano, o vereador chegou a fazer outras solicitações pedindo a finalização das obras. “Sempre fiz solicitação no sentido que terminasse a obra. Pedi pelo menos para que eles isolem a área, para que tenha um maior cuidado com aquele patrimônio”, contou o vereador, que relatou ainda atos de invasão no local.

Até o fechamento desta edição a Prefeitura não respondeu a solicitação do vereador.

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