Em meio à pandemia, região segue como a mais violenta do interior
RMVale tem queda “tímida” de assassinatos no primeiro semestre; Cruzeiro é a terceira com mais vítimas
Lucas Barbosa
RMVale
Mesmo com as medidas de isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) teve no primeiro semestre do ano uma queda de menos de 1% no número de vítimas de assassinato em comparação ao mesmo período de 2019. Revelados pelo Governo do Estado na última segunda-feira (27), os dados apontam Cruzeiro como a terceira cidade mais violenta da região.
Segundo o levantamento da SSP (secretaria de Segurança Pública), a RMVale teve de janeiro a junho 165 moradores assassinados, sendo 163 vítimas de homicídio doloso (quando existe a intenção de matar) e dois de latrocínio (roubo seguido de morte). O número de casos é 0.6% inferior ao da mesma época do ano passado, que foi de 166, dividido em 160 homicídios dolosos e seis latrocínios.
Apesar da leve queda no índice, o cenário chama atenção de especialistas em segurança pública, já que a circulação de pessoas nas ruas em 2019 era superior à atual, pois não haviam normas sobre as medidas de distanciamento social, ocasionadas pela pandemia.
Para a preocupação das famílias da RMVale, a região segue como a mais violenta do interior de São Paulo, “título” mantido desde 2010. As nove demais áreas interioranas tiveram os seguintes números de vítimas de assassinato: Campinas (140), Piracicaba (124), Ribeirão Preto (99), Sorocaba (92), Baixada Santista (68), Bauru (57), São José do Rio Preto (44) Araçatuba (42) e Presidente Prudente (26).
Com 15 vítimas de homicídios dolosos, Cruzeiro é o terceiro município com mais casos na RMVale, ficando atrás apenas de São José dos Campos, que teve vinte moradores mortos, e Jacareí, que contabilizou 21.
Em comparação ao primeiro semestre do ano passado, quando 13 pessoas tiveram suas vidas interrompidas, Cruzeiro registrou um aumento de 15% de vítimas de assassinatos em 2020.
Além de Caçapava, que teve 14 homicídios dolosos, fecham o “Top 5” da violência regional, Caraguatatuba e Lorena, com 12 moradores assassinados cada.
No comparativo com 2019, enquanto o número de vitimas se manteve igual em Lorena, o de Caraguá caiu 29%, já que no período o município litorâneo contabilizou 17 registros.
As demais cidades da região que tiveram moradores assassinados nos primeiros seis meses do ano foram: Aparecida (1), Areias (1), Cachoeira Paulista (4), Campos do Jordão (3), Cunha (3), Guaratinguetá (6), Igaratá (1), Ilhabela (2), Lagoinha (2), Paraibuna (2), Pindamonhangaba (11), Potim (1), Roseira (2), São Bento do Sapucaí (1), São Luís do Paraitinga (1), São Sebastião (2), Silveiras (1), Taubaté (10), Tremembé (6) e Ubatuba (11).
Patrimônio – Na contramão das mortes violentas, os crimes contra o patrimônio tiveram quedas bruscas no comparativo entre os primeiros seis meses de 2019 e 2020.
De acordo com os dados da SSP, o índice de furtos caiu 30%, passando de 13.728 para 9.504. Já o de furtos, teve uma redução de 23%, caindo de 4.303 para 3.286.