Casos suspeitos de Lorena ampliam atenção da região com aumento da monkeypox
RMVale já está com 27 registros; São José dos Campos lidera o número de infecções
Andréa Moroni
RMVale
A secretaria de Saúde de Lorena recebeu a notificação de dois casos suspeitos de monkeypox, conhecida como varíola dos macacos, na última sexta-feira (19). Trata-se de uma criança de três anos e uma mulher de 47. A possibilidade dá sequência ao aumento de registros da doença na região, preocupando população e setor especializado.
Se os dois casos suspeitos de Lorena se confirmarem, o número de registros na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) chegará a 27. A cidade com maior número de registros é São José dos Campos, com 12 contaminações, até esta terça-feira.
De acordo com o secretário de Saúde de Lorena, Adailton José Pinto, a criança foi atendida pela equipe de saúde da Atenção Básica de Lorena, na última sexta-feira. “Ela compareceu na unidade de saúde com histórico de retirada de carrapato há sete dias, apresentando lesões corporais e dois dias de febre”.
O outro caso é de uma mulher, atendida na Santa Casa, apresentando múltiplas lesões corporais, com febre e ínguas. “Os dois estão em isolamento domiciliar e já foram coletadas amostras para processamento da investigação do diagnóstico suspeito, em Taubaté. O resultado deve sair dentro de 15 dias”.
O secretário informou que os hospitais da cidade possuem um protocolo de atendimento e estão preparados para atender as pessoas que estejam com suspeita da doença. “Orientamos a todos que apresentarem essas erupções na pele, cansaço e febre devem buscar atendimento”.
O secretário informou que a secretaria de Saúde, a Vigilância Epidemiológica e a Vigilância Sanitária da cidade estão acompanhando de perto o caso e tomando todas as providências necessárias. “Essa doença é contagiosa e é preciso manter as ações do uso de máscara, lavar as mãos e uso do álcool gel. A higiene é muito importante”.
Vacinação – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na segunda-feira (22), que a vacinação contra a varíola dos macacos no país irá priorizar, em um primeiro momento, grupos específicos de profissionais de saúde que atuam diretamente no diagnóstico da doença e contato próximo com infectados.
O governo conseguiu cinquenta mil doses, via fundo rotatório da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). O Ministério destacou que essas cinquenta mil doses não tem o poder de controlar o surto. As vacinas serão aplicadas em profissionais de saúde que lidam diretamente com os materiais contaminados.
Queiroga explicou que as cinquenta mil doses poderão imunizar até 25 mil pessoas, devido ao regime de imunização de duas doses para a proteção contra a doença. Segundo o ministro, as vacinas serão enviadas em três remessas, com a primeira entrega prevista para o mês de setembro. A distribuição será discutida com estados e municípios.
NÃO USAR
Como a varíola dos macacos é transmitida?
A varíola dos macacos é transmitida quando alguém tem contato próximo com uma pessoa infectada. O vírus pode entrar no corpo por lesões da pele, pelo sistema respiratório ou pelos olhos, nariz e boca.
Não é uma doença que se espalhe tão facilmente, mas pode infectar da seguinte forma:
Ao se encostar em roupas, lençóis e toalhas usadas por alguém com lesões de pele causadas pela doença;
Ao se encostar em bolhas ou casquinhas na pele de pessoas com essas lesões;
Pela tosse ou espirro de pessoas com a varíola dos macacos.
Até agora, o vírus não foi descrito como uma doença sexualmente transmissível, mas pode ser passado durante a relação sexual pela proximidade entre as pessoas envolvidas.
Principais sintomas são:
O aparecimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas no rosto, dentro da boca, mãos, pés, peito, genitais ou ânus é principal sintoma da doença;
Caroço no pescoço, axila e virilhas;
Febre;
Dor de cabeça;
Calafrios;
Cansaço;
Dores musculares.