Polícia retoma escavações no Pico dos Marins em busca de vestígios de Marco Aurélio

Ação dá continuidade à investigação reaberta no ano passado, depois de novos indícios do escoteiro desaparecido em 1985

Imagem publicada pela família de Marco Aurélio, com projeção de como ele estaria hoje (Foto: Arquivo Pessoal)

Gabriel Mota
Piquete

Depois de um intervalo de mais de um ano, a Polícia Civil de Piquete retomará as escavações na base do Pico dos Marins em busca de vestígios do escoteiro Marco Aurélio Simon, desaparecido em 1985. A investigação parte, na próxima quarta-feira (16), para uma área aberta próximo à casa examinada em 2021.

O inquérito, arquivado em 1990 após buscas mal sucedidas à época do desaparecimento, foi reaberto em julho do ano passado, dias antes da primeira escavação.

A Polícia passou a trabalhar com duas linhas: em uma delas, Marco Aurélio estaria morto e enterrado na casa ou na área externa da base do Pico dos Marins, enquanto na outra, estaria vivo.

A reabertura foi, inclusive, motivada pelo relato de uma moradora do local à época de que viu algo similar a uma cova em 1989, segundo o delegado à frente do caso, Fábio Cabett. A mulher informou que recordava de encontrar um trecho de “terra fofa” nas redondezas e inserir um pedaço de madeira por aproximadamente um metro de profundidade.

Em 29 de julho de 2021, a casa foi escavada em uma operação que contou com peritos e cães farejadores da Polícia Científica e funcionários da Prefeitura de Piquete, além da própria Polícia Civil. O processo que teve início pela manhã se encerrou apenas no fim da tarde e nada foi encontrado.

A escavação que ocorre na próxima semana já estava prevista, porém, por se tratar de uma Área de Preservação Permanente, envolveu uma série de autorizações, dessa forma não era possível prever quando seria executada.

O novo capítulo desse caso terá início na manhã da próxima quarta-feira, “salvo algum imprevisto que eventualmente apareça”, segundo o delegado Fábio Cabett.

Histórico – O garoto paulistano Marco Aurélio Simon tinha 15 anos quando participou de uma expedição ao Pico dos Marins, em Piquete, em junho de 1985. Ele fazia parte de um grupo composto por outros três adolescentes e um adulto.

Durante a subida, a lesão de um dos integrantes impediu o grupo de chegar ao topo do pico. Enquanto retornavam à base, Marco Aurélio se separou dos colegas e nunca mais foi visto.

O desaparecimento motivou uma grande operação de buscas, envolvendo policiais, bombeiros, exército e voluntários, que gerou repercussão e comoção nacional. Sem respostas, o caso ainda desperta curiosidade e mistério pelo país, 37 anos após ser registrado.

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