Em medida polêmica, Dnit interdita BR-459 até outubro

Rodovia que liga Lorena a Minas recebe obras de recuperação; Piquete avalia transtornos causados por ação

Trecho de Piquete da rodovia BR 459, que liga Lorena ao Sul de Minas; estrada interditada pelo Dnit (Foto: Arquivo Atos)
Trecho de Piquete da rodovia BR 459, que liga Lorena ao Sul de Minas; estrada interditada pelo Dnit (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Piquete

Ignorando aos pedidos de Piquete e de municípios da região Sul de Minas Gerais, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) interditou a rodovia BR-459/SP na última quarta-feira para a realização de obras de pavimentação e drenagem. O serviço, que tem um prazo de conclusão de até quatro meses, obriga os motoristas a utilizarem outras rotas para conseguirem trafegar pela região.

No início do segundo semestre de 2017, o Dnit anunciou que a partir de setembro interditaria totalmente a BR-459/SP, que liga Piquete a Itajubá-MG, para efetuar reparos do pavimento asfáltico e no sistema de drenagem. Mesmo o órgão federal alegando que a interdição era necessária para garantir a segurança de motoristas e equipes de trabalho, a decisão desagradou diversos municípios, já que a via é a principal interligação entre a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e a Região Sul de Minas Gerais.

Preocupada com os transtornos que seriam gerados pelo fechamento total da rodovia, como a impossibilidade do deslocamento de moradores de Piquete que trabalham ou estudam no estado vizinho, a prefeita Teca Gouvêa recorreu à Justiça, tendo o pedido atendido por uma liminar da 24ª Vara Cível da Justiça Federal, em setembro. Mas em 22 de maio a decisão provisória foi suspensa.

Apesar de novos pedidos da coalisão mineira-paulista, comandada por Piquete, Marmelópolis-MG e Itajubá-MG ao Ministério dos Transportes para que a rodovia fosse interditada apenas parcialmente, o DNIT a fechou na noite da última quarta-feira. “Eles tomaram uma medida autoritária que prejudicará centenas de moradores. Anteriormente, o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, havia afirmado que entraria em contato conosco para buscarmos outra saída, mas ele não nos contatou, possivelmente devido à greve dos caminhoneiros”, lamentou Teca.

A prefeita de Piquete também demonstrou preocupação com o prazo de conclusão do serviço. “Levando em conta que constantemente obras federais semelhantes atrasam, não acredito que eles cumprirão esta promessa de desobstruírem a rodovia em quatro meses. Fiz tudo que estava ao meu alcance para evitar a interdição total, mas infelizmente o Dnit não levou em conta os transtornos que esta medida causará”.

Devido à interdição, os motoristas da região que buscam ter acesso a Minas Gerais serão obrigados a recorrerem a outros trajetos, como por exemplo, a rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, que tem sua entrada em Taubaté.

Governo Federal – Em nota oficial, o Dnit justificou que a interdição total é uma medida adicional de segurança devido ao traçado antigo e sinuoso da pista, do km 0, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, até o km 13,65, em Piquete.
A nota ressalta ainda que a medida mostrou-se a única alternativa viável após uma análise técnica que contou com participação da Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Estadual de Trânsito.

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