Câmara de Pinda arquiva processante contra Isael
Com população de fora do plenário, oposição não consegue emplacar investigação sobre carros da Atividade Delegada
Bruna Silva
Pindamonhangaba
Muito aguardada pela oposição, a solicitação para a abertura de uma comissão processante sobre o uso de veículos para a Atividade Delegada foi arquivada na última segunda-feira, na Câmara de Pindamonhangaba. Autores do pedido, Renato Cebola (PV) e Ronaldo Pipas (PL) protestaram contra o resultado que garantiu nova vitória do prefeito Isael Domingues (PL) na Casa.
Apesar da medida, adotada pela mesa diretora, de restringir os acessos somente aos funcionários e parlamentares (em ação para prevenção ao Covid-19), a população acompanhou de fora a votação contra o prefeito e o vice-prefeito Ricardo Piorino (PSL). O inquérito foi arquivado com oito votos para barrar a comissão contra dois a favor.
Antes mesmo que se iniciasse a votação, o fluxo de pessoas era intenso na porta da Câmara. Cerca de sessenta pessoas esperavam a votação. Apoiadores do atual prefeito estiveram presentes com cartazes “contra o coronelismo”, em alusão ao ex-prefeito Vito Ardito (PP), que deve pleitear novamente o cargo no dia 4 de outubro de 2020.
De acordo com Pipas, a CEI não se tratava de uma cassação e sim uma investigação. Para ele, a documentação foi “muito bem embasada”, analisada e contou também com depoimentos de secretários da Prefeitura de Pindamonhangaba. “Contra fatos, não há argumentos. A resposta da população para vocês, vereadores (que votaram contra), virá no dia 4 de outubro”, direcionou aos colegas.
O vereador Jorge da Farmácia (PR) afirmou na tribuna que não houve corrupção do Executivo, e sim um equívoco motivado pelo atraso do repasse do Estado e, por isso, os carros ficaram paralisados no pátio. “A intenção do prefeito foi a melhor, atendendo à população. Todos nós sabemos: segurança pública, educação e saúde é responsabilidade do Estado, mas o prefeito faz o melhor que pode”.
Para a vereadora Gislene Cardoso (DEM), não houve nenhuma má-fé do órgão público acerca da ação da atividade delegada. “Ele (o secretário) agiu tecnicamente incorreto, mas em nenhum momento agiu de má-fé”, destacou a única vereadora na Casa. Gislene, que faz parte da base do Executivo, comentou que Isael está fazendo uma “excelente administração e não deveria ser punido pelos erros do secretário”. “Existe uma oposição louca para tirar essa gestão que está no caminho certo”.
No relatório foi apurado que houve falha técnica do secretário de Segurança Pública, José Sodário Vianna. De acordo com sindicância, o valor de cerca de R$ 200 mil foi parcelado e o dinheiro será restituído aos cofres públicos em até cinco anos. “Se o dinheiro está retornando aos cofres públicos, então o objetivo da CEI foi alcançado”, frisou Roderley Miotto (PSDB).
Em sua fala, Rafael Goffi (PSDB) destacou que mentiras foram espalhadas na cidade sobre uma votação contra o projeto Reinvente (ação de promoção social mantida e organizada pelo Fundo Social, chefiado pela primeira-dama, Cláudia Domingues). Para ele, o relatório da CEI apontou “de forma cristalina” que houve mal uso do dinheiro público e que o prefeito tem a responsabilidade de fiscalizar o trabalho de seus secretários.
Adeus PSDB – Após três décadas de Partido da Social Democracia Brasileira, o vereador e membro da mesa diretora Jânio Lerário, está sem partido. Ele se desligou do partido para apoiar o irmão e pré-candidato à Prefeitura, Vito Ardito Lerário, no PP.