Após 25 anos de briga judicial, Confab começa a pagar indenizações trabalhistas

Reembolso gira em torno de R$ 34 milhões; beneficio é referente à periculosidade e insalubridade

Funcionários durante uma das séries de assembleias na Confab; empresa acerta pagamento de atrasados de demitidos em Pindamonhangaba (Foto: Arquivo Atos)
Funcionários durante uma das séries de assembleias na Confab; empresa acerta pagamento de atrasados de demitidos em Pindamonhangaba (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Pindamonhangaba

Depois de 25 anos de embate na Justiça, cerca de dois mil ex-funcionários da indústria Tenaris Confab começaram a receber suas indenizações trabalhistas na última sexta-feira, em Pindamonhangaba.

O resultado do processo coletivo, que cobrava o pagamento dos direitos de periculosidade e insalubridade, obrigará a empresa desembolsar cerca de R$ 34 milhões.

Iniciado em 1992, o processo engloba funcionários das unidades da Confab Tubos, Confab Equipamentos e Tenaris Coating que trabalharam em funções prejudiciais ou perigosas, nas últimas duas décadas.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, na semana passada o pagamento foi realizado na Caixa Econômica Federal, que reservou um andar do prédio para o atendimento dos beneficiados.

O órgão revelou ainda que até o momento cerca de trezentos ex-funcionários ainda não retiraram o benefício, que a partir desta semana deverá ser retirado na sede do sindicato. “Assim que o acordo foi homologado começamos a nos organizar para pagar o quanto antes, pois sabemos que tem pessoas passando necessidade e contando com esse dinheiro. Felizmente, um processo que ficou parado por décadas nós conseguimos solucionar”, afirmou o presidente do sindicato do Herivelto Vela.

O universitário, Phillipe Augusto Oliveira, 26 anos, que trabalhou na Confab entre 2012 e 2015, contou a luta que teve como outros ex-funcionários para garantir o pagamento. “No setor que eu trabalhava deveríamos por lei ganhar o beneficio de periculosidade, mas eles não pagavam. O Sindicato fez a intermediação e o acordo estabelecido foi de que a Confab tinha que pagar 65% do que deveria. Demorou muito tempo para que os trabalhadores começassem a ser reparados”.

O Jornal Atos tentou contato com a Confab, mas até o fechamento desta edição nenhum responsável foi localizado para comentar o caso.

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