Região começa a se recuperar após fim de manifestações dos caminhoneiros
Com acordos desencontrados, categoria volta a criticar governo e garante que não pediu intervenção militar em meio à greve; rodovias da região seguem livres após operação em parceria do Exército e PRF
Da Redação
Região
Depois de 11 dias, a região começa a voltar ao normal com o acordo entre governo e caminhoneiros, e ações para liberar os caminhões nas estradas após a greve. De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), com uma operação iniciada na manhã desta quarta-feira, foram liberados todos os pontos em que ainda haviam manifestações às margens da rodovia Presidente Dutra contra os preços dos combustíveis no País.
O trabalho, que conta com 1.800 homens do Exército e da PRF valeparaibanos, conseguiu a liberação total das vias com cerca de seis horas de ação. De acordo com a concessionária CCR NovaDutra, que administra a rodovia, os pontos que contavam ainda com manifestações tinham poucos veículos, entre os trechos, o Km 52, em Lorena. Mas com a ação, os caminhões voltaram a circular em todo o trecho do Vale, sem interrupções. “Não houve conflito. A operação tem o objetivo de liberar quem não está mais aderindo ao movimento, mas não estavam rodando com medo de represálias. A greve não pode ser um instrumento de coação. Nosso objetivo é que tudo volte à normalidade, depois deste desabastecimento nos postos, supermercados, postos de saúde”, destacou o inspetor da PRF, Marcílio Marinho.
O caminhoneiro Isaias Rodrigues se apresentou como líder do movimento no trecho de Lorena e disse que a ação do Exército já era esperada. “Eles até demoraram, mas sabemos que isso tudo é política. Teve o feriado e acabou o combustível, mas nós nunca seguramos um caminhão de combustível aqui, porque não somos loucos porque aquilo explode. Deixaram acabar o combustível e o povo caiu na armadilha, foi enganado. Hoje todos vão encher o tanque e curtir o feriado prolongado. Para nós isso não está bom. Vamos continuar, porque não é justo o que esse governo corrupto está fazendo”.
Rodrigues garantiu que o grupo não fez coro ao pedido de intervenção militar, divulgado nos últimos dias. “Não fomos nós que pedimos. Isso é política. Estamos aguardando a resposta dos nossos representantes, que não são sindicalistas. Não tem sindicato, não tem associação, o que tem é trabalhador que não foi ouvido até agora”.
Foram dez dias de paralisação. Além de Lorena, outras cidades da região, como Pindamonhangaba, Caçapava, São José dos Campos e Jacareí tiveram pontos de manifestações. A Via Dutra chegou a registrar 12 trechos de protestos.
De acordo com o Exército, as ações de segurança seguem nas rodovias até segunda-feira.
Nos postos de combustíveis, a corrida gerou grandes filas de motoristas e motociclistas em busca de gasolina, etanol e diesel. De acordo com a Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo) a previsão é que o abastecimento ocorra gradualmente nas cidades da região e que a situação deve estar normalizada até a próxima segunda-feira. Além do combustível, as população aguarda a recuperação de estoques em supermercados, fornecedores de gás de cozinha e do setor agropecuário.