Debate sobre Peixoto de Castro tem discussões e apresentação de propostas para restruturação da avenida
Com investimento de R$ 4,6 milhões, projeto foca em trânsito, chuva, ciclovia e segurança; audiência pública teve questionamentos e desentendimento
Bruna Castro
Lorena
A audiência pública, realizada na última terça-feira, apresentou os detalhes do projeto de revitalização da avenida Doutor Peixoto de Castro, em Lorena. Foram abordadas a estruturação do espaço, que compreende a pavimentação, colocação de pontos de ônibus, sistemas de sinalização e de escoamento de águas da chuva, além da implantação de uma ciclovia.
Participaram do evento, os secretários de Obras e Planejamento Urbano, Marcos Anjos, Meio Ambiente, Willinilton Portugal, e a presidente do Commam (Conselho Municipal do Meio ambiente), Rosana Montemor.
Durante a audiência, os chefes da pasta destacaram as principais modificações estruturais e ambientais previstas no projeto. O planejamento em relação à captação de águas pluviais, visa implantar tubos de 1000 mm para drenagem subterrânea, nas esquinas das ruas Gonçalves Dias e Expedicionário Genésio Valentim Corrêa, e um “sarjetão” (canal de seção triangular em pontos baixos ou nos encontros dos leitos viários) na rua Carlos Gomes.
Também foi apresentado o trajeto da ciclovia bidirecional que se estenderá na área central da avenida, com 2,2m de largura. Para oferecer segurança aos ciclistas e pedestres, serão instalados leitos de cimento nas duas direções. Entre as iniciativas, serão colocados oito pontos de ônibus divididos nas duas vias da avenida, com extensão de 20m por 21,9m, e recuo de 2m nas calçadas.
A acessibilidade também foi discutida na reunião, com a proposta de instalação de rampas de acesso em todas as calçadas da avenida. Também será feita a substituição e replantio de 47 árvores que causaram a deterioração do piso e a retirada de quatro tocos, através de licenciamento ambiental.
No total serão instalados sete semáforos, cinco nas ruas João Batista Mascarenhas de Moraes, Monte Castelo, Nossa Senhora de Fátima, Gonçalves Dias e Machado de Assis. Os outros dois semáforos existentes nas ruas Presidente Roosevelt e Lulu Meyer serão mantidos.
Segundo Anjos, a revitalização acompanha os projetos de mobilidade urbana municipal e tem como um dos objetivos ligar os moradores do bairro Novo Horizonte ao Centro de Lorena, por meio da ciclovia.
O secretário também defendeu que os custos para as obras, em torno de R$ 4,6 milhões, são de responsabilidade do Município, sem qualquer ligação com órgãos federais ou estaduais. Os gastos para a troca de iluminação por tecnologia LED são de R$ 760 mil, provenientes da CIP (Contribuição da Iluminação Pública), taxa que é paga pela população. Já para a implantação de asfalto, ciclovia e aparelhos para escoamento de água serão destinados outros R$ 3,8 milhões.
Após a apresentação dos secretários, o debate foi aberto para questionamento da população, o que causou discussões a respeito da necessidade das obras.
Entre os argumentos apresentados no encontro, que não contou com a participação de moradores da Peixoto de Castro, se destacaram as motivações do projeto, os custos para os cofres públicos e o abandono de outras regiões da cidade.
A estudante de direito, Larissa Andrade, 20 anos, é moradora da Vila dos Comerciários e não aprova a decisão da administração municipal. “Hoje, eu sou contra. Porque acho que a necessidade da cidade não é o asfalto. Eles (secretários) não têm noção do que é feito. As necessidades são os bairros sem água potável, sem iluminação e crianças fora das escolas” argumentou.
Apesar das turbulências durante o evento, o secretário Willinilton Portugal se mostrou satisfeito com o resultado. “Eu acho que foi positivo. Externamos o lado democrático, o lado do poder Executivo, em que ele ouve a sociedade, e para ouvir os prós e os contras” externou.