Com problemas no abastecimento da merenda, escolas e creches de Lorena têm aulas suspensas
Situação prejudica cerca de nove mil alunos da cidade; transporte escolar também é comprometido com a greve
Lucas Barbosa
Lorena
Sem garantia de que receberá alimentos para a preparação da merenda escolar, devido aos transtornos causados pela greve dos caminhoneiros, a Prefeitura de Lorena suspendeu as aulas da próxima segunda-feira da rede municipal de ensino. A medida, que poderá ser estendida por mais dias, afeta quase nove mil estudantes.
Cobrando principalmente a redução do preço do diesel e o fim da cobrança de pedágio para eixos suspensos, os caminhoneiros “cruzaram os braços” no último dia 20.
Sem o transporte de combustíveis, e consequentemente de outras mercadorias, os municípios brasileiros enfrentam dificuldades para manterem seus serviços básicos.
Em Lorena, devido à falta de condições da Empresa SHA transportar os alimentos da merenda escolar para os 33 colégios municipais de Ensino Fundamental 1 e 2 (1° ao 9° ano), as aulas foram suspensas nos últimos dias 29 e 30. De acordo com a secretaria de Educação, as unidades atendem quase seis mil crianças e adolescentes.
Priorizadas na utilização do estoque final de alimentos, as oito creches municipais conseguiram manter o atendimento aos seus mais de 1,5 mil estudantes até o último dia 30, véspera do feriado de Corpus Christi. Mas na manhã da última terça-feira o secretário de Educação, Júlio César Brebal Hespaña, revelou que não haverá aulas em nenhuma unidade educacional municipal na próxima segunda-feira. “Esta decisão foi tomada, pois a Empresa SHA não teve condições de garantir que conseguirá trazer os alimentos para Lorena. Torcemos para que até o final desta semana os caminhoneiros e o Governo Federal entrem em acordo, resultando na retomada do transporte de cargas”.
Além de apontar outro fator que impossibilitou o funcionamento das creches e escolas, o chefe da pasta revelou o planejamento para a próxima semana. “Além do problema da merenda escolar, a ABC Transportes, responsável pelo transporte escolar, só tinha combustível para manter o serviço até a última quarta-feira. Caso a greve permaneça, na manhã da próxima segunda-feira anunciaremos nova decisão sobre o funcionamento da rede municipal de ensino referente às aulas de terça a sexta-feira”.
Brebal Hespaña ressaltou ainda o comprometimento dos professores da rede municipal, que mesmo com a greve dos caminhoneiros, registrou poucas faltas na última semana. Em contrapartida, as escolas registraram um aumento de cerca de 40% nos registros de faltas dos estudantes na última semana.
Futuro – Segundo o secretário, os dias que não tiveram aula não comprometeram o planejamento da pasta para o cumprimento obrigatório de duzentos dias letivos, exigido por uma lei federal. Ele afirmou também que se houver necessidade, caso a greve dos caminhoneiros permaneça, as aulas deverão ser repostas.