Casa da Acolhida se transforma em sinônimo de renovação para pessoas em situação de rua
Espaço, que se tornou um ponto de refúgio em Lorena, mantém atendimento para até 28 assistidos por dia
Marcelo Augusto
Lorena
Os meses de junho, julho e agosto são marcados pelas baixas temperaturas, devido ao inverno. Nessa época do ano as pessoas que vivem em situação de rua são as mais afetadas por não terem aonde se abrigar. É com foco nesse grupo que em Lorena a Prefeitura oferece como opção a Casa da Acolhida.
O local funciona sob coordenação da Associação Aldeias de Vida, desde agosto do ano passado, e oferece alimentação, banho e pernoite. Ao todo são três quartos, sala com televisão, cozinha e quintal.
Segundo balanço da Associação, são atendidas de 24 a 28 pessoas diariamente, durante todo o ano, incluindo a utilização de um ou mais serviços oferecidos.
Entre os assistidos, Thomas Matheus dos Santos. Nascido em Guaratinguetá, ele vive na rua há cerca de dois anos e frequenta o lar há seis meses. “Pelos meus erros e atitudes me tornei morador de rua. Além disso, o vício do álcool e utilização de drogas ajudaram a tornar o que sou hoje”.
Ao logo desses anos, Thomas passou por situações de preconceito sofrido nas ruas e o abandono de sua família. “A sociedade nos vê como bicho, bandido e fogem da gente. As vezes entendia e também não entedia, mas há muitas pessoas boas nas ruas. Nunca fui bem acolhido pela minha família e agora eles não me procuram”.
Para ajudar na ressocialização dessas pessoas, a Prefeitura encaminha os acolhidos a serviços especializados como o Caps (Centro de Atenção Psicossocial), internações hospitalares em parceria com a secretaria de Saúde e comunidades terapêuticas, Creas (Centro de Referência de Assistência Social) e Plantão Social da Sads (secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social).
A coordenadora do local, Renata Schallemberger, lembrou que histórias como a de Thomas são cada vez mais comuns. “Normalmente as pessoas em situação de rua passam por problemas familiares, químicos e o alcoolismo. Procuramos acolher e tentar de alguma forma, mudar a vida delas”.
É neste sentido que Luís Otavio da Silva, de 28 anos, tenta se reestruturar. Ex-traficante, ele enfrenta a situação ao lado da esposa, com quem busca realizar o sonho de ter uma casa própria. “Está muito difícil encontrar emprego devido a minha condenação. Estou a um ano e quatro messes em liberdade e pretendo nunca mais voltar para vida que tinha antes”. Ele foi condenado a um ano e oito meses por tráfico de drogas, em Caraguatatuba, em novembro de 2017.
A Casa da Acolhida fica à rua Virgulino Pinto Cabral, nº371, na Vila Hepacaré.