Ballerini e Marcondes voltam a trocar acusação em debate organizado por centros universitários
Candidata a vice, Wanessa Andréa, e o vereador Élcio Vieira Júnior são foco de denúncias e críticas trocadas entre candidatos polarizados
Francisco Assis
Lorena
O Teatro Teresa D’Ávila foi palco do último encontro entre os candidatos a assumir a Prefeitura de Lorena nesta corrida eleitoral. O professor e atual prefeito Sylvio Ballerini (PSD), o empresário e ex-prefeito Fábio Marcondes (Republicanos) e a administradora Paula Sennes (PSB) participaram do evento promovido pelo conglomerado formado por Unifatea (Centro Universitário Teresa D’Ávila), Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), Faculdades Serra Dourada e a Pastoral Fé e Cidadania da Diocese de Lorena. Os ataques voltam a pautar as discussões, com destaque para Ballerini, que impôs duas acusações ao principal adversário.
Logo na apresentação, os candidatos apontaram prioridades, entre elas, assuntos que seriam pauta no debate, como saúde e transporte público.
No primeiro confronto direto, Marcondes questionou Ballerini sobre o uso da verba da Cultura para a realização de shows nas festas da cidade. A resposta contou com um “na sua época, você não fez nada”.
Um outro momento de destaque foi marcado por Fábio Marcondes questionando o investimento na saúde, com elevado número de pacientes à espera de exames. Já Paula Sennes frisou sua proposta de implantar a telemedicina para acelerar o atendimento.
Mentira. A palavra não saiu do foco no terceiro bloco, quando os polarizados voltaram a ter confronto direto. Após o ex-prefeito relembrar a proposta para a construção de um hospital regional (apresentada pelo atual prefeito na campanha de 2020) e batizá-la de “estelionato eleitoral”, Ballerini disse que o adversário mente e sua candidata a vice-prefeita também, apontando que Wanessa Andréa (União Brasil) teria apresentado à Justiça Eleitoral um atestado de pobreza. “Acredito na minha candidata, na índole e no equilíbrio da minha vice”, respondeu Marcondes.
O prefeito voltou a atacar o adversário, desta vez indiretamente, ao abordar Paula Sennes sobre a compra feita em 2013, primeiro ano do mandato do ex-prefeito, em uma loja que pertence ao seu irmão, sem a realização de licitação. “Como você avalia isso?”, perguntou Ballerini. A candidata usou quatro segundos dos um minuto e meio que tinha para frisar. “Obvio que é um crime”.
O contra-ataque do ex-prefeito veio com a citação de alianças políticas com “um grupo que estava na cassação de Paulo Neme (prefeito entre 2005 e 2012)”. Entre os citados, o vereador Élcio Vieira Junior (PSB).
Após o debate a avaliação foi de um encontro tomado por confronto e pouca troca de propostas. “Eles estão tentando polarizar. Estou na rua, conhecendo pessoas e infelizmente Lorena está um caos. Para mim são dois políticos, mas eu estou vindo com a garra de quem quer o melhor para Lorena”, frisou Paula Sennes.
Já Fábio Marcondes apontou o atual prefeito como o fator que marcou o debate pelos ataques. “Eu tentei falar de proposta, mas é sempre um viés de colocar coisas do passado, com provocações e mentiras. Ele está uma cópia do aliado dele, que é o Élcio Vieira Júnior, com acusações absurdas, sendo que não era o momento para isso, para não perdermos esse tempo com a população ouvindo. Acho que era mais produtivo falar de futuro”.
Ballerini destacou que rebateu o que tem sido falado na disputa eleitoral e preferiu não fazer uma análise do debate. “Cada um tem sua maneira de se expressar. Muitas vezes, as pessoas não falam a verdade. Lorena está numa perspectiva muito boa. A população escuta o que não é verdade e acha que é. Eu não quero avaliar debate, mas sim que a Prefeitura é a que mais obras e serviços deu à população”.