Sob “faxina”, Saeg reduz gastos, negocia dívidas e corta inadimplência em Guará
Autarquia ganha força nos primeiros cem dias de governo com política de economia e reorganização do atendimento público
Da Redação
Guaratinguetá
Enquanto o prefeito de Guaratinguetá Marcus Soliva (PSB) foca em áreas primárias como a saúde, outro setor da cidade que tem recebido atenção total é o Saeg (Companhia de Serviços de Água, Esgoto e Resíduos de Guaratinguetá), chefiada pelo homem forte do governo, o diretor Miguel Sampaio.
Nos primeiros dias no cargo, ele comemorou, durante entrevista ao programa Atos no Rádio, os resultados da organização na autarquia, que garantiu redução significativa nos gastos, além dos acordos para amenizar o impacto das dívidas deixadas pela administração anterior.
No início do mês, o prefeito de Guaratinguetá, Marcus Soliva (PSB), suspendeu a licitação para a contratação de uma empresa para a limpeza urbana da cidade. Os principais motivos que levaram à suspensão seriam o alto custo pelo serviço e a falta de um laudo necessário.
As secretarias municipais ficaram responsáveis por um mutirão de limpeza por um período de vinte dias. Em seguida, a Codesg (Companhia de Desenvolvimento de Guaratinguetá) assumiu a frente de trabalho. Esse foi um dos passos dados desde que Sampaio assumiu o Saeg, então responsável pelo serviço.
“A melhor alternativa que encontramos era dar à Codesg a responsabilidade pelas reformas e manutenção de locais. Antes, ela tinha receita de R$ 2 mil apenas e a Prefeitura tinha que colocar dinheiro dela para suprir a companhia. Tinham até que negociar áreas da Codesg. Tiravam da própria carne”, destacou o diretor do Saeg, que passa a economizar cerca de R$ 150 mil mensais com a medida anunciada pelo prefeito, enquanto a Codesg passa a atuar com capital inicial de R$ 100 mil a R$120 mil ao mês.
Mas a mudança na responsabilidade sobre o serviço de coleta não foi a única notícia destacada nos primeiros dias de 2017 para a Saeg. O principal desafio da atual direção é a redução da dívida milionária. “Pegamos uma situação caótica em Guará. Os 24 últimos meses foram deficitários. 2015 teve um prejuízo de R$ 6,5 milhões. No ano passado foram R$4,5 milhões, ou seja, um déficit de pelo menos R$ 11 milhões”, frisou.
A Saeg tem ainda uma dívida de R$ 13,3 milhões. “Por isso não pagava o lixo, não pagava a Arsaeg (agência reguladora), não pagava fornecedores… Só não mexemos no salário do funcionário. O meu reduzi em 30% para dar um exemplo, cortamos diretoria, cortamos gerência, cortamos administradores, fizemos revisão nas horas extras, todos os contratos. Só no contrato de leitura economizamos R$ 1,5 milhão”, comemorou Sampaio.
Outro destaque levantado pelo diretor da Saeg é a revisão implantada em contratos como o assinado com a CAB, em 2008, alvo de uma série de apontamentos e denúncias de descaso contra o governo Francisco Carlos (PSDB).
O trabalho deve ser feito pela Fundação Getúlio Vargas. “Essa é uma discussão grande. Queremos uma PPP (Parceria Público Privada). Vamos avaliar desde o edital de 2008 para saber o que foi feito e o que deveria ser feito. Os municípios não tem mais dinheiro, por isso vamos buscar investimento privado”.
Com uma inadimplência de até 40%, a Saeg implantou um sistema mais rigoroso com os usuários, reduzindo o índice para 18% em noventa dias e abrindo caça aos pontos irregulares.
Outro aspecto destacado por Sampaio é a “despolitização” da autarquia. “Acabamos com interferência política na empresa e a forma como se trabalhava cada diretoria. Reduzimos e trabalhamos mais juntos. Estamos há 90 dias renegociando dívidas. Parcelamos tudo, sem juros”, frisou.
“Com tudo isso poderemos resolver problemas cruciais, como a captação, a situação da ETA, o material todo que estava em péssimo estado. Queremos construir um reservatório no Village Santana, onde falta água. A Saeg aumentou sua produtividade. Esse ano é de mudança de situações”.