Pesquisa do IBGE aponta má qualidade dos serviços de saneamento básico na RMVale

Diversos municípios registram doenças relacionadas à falta do serviço público na região, que conta com ação pelo Rio Paraíba

Moradores de casas no Santa Edwiges, em Aparecida, um dos exemplos de falhas de saneamento no Vale (Foto: Arquivo Atos)
Moradores de casas no Santa Edwiges, em Aparecida, um dos exemplos de falhas de saneamento no Vale (Foto: Arquivo Atos)

Juliana Aguilera
Regional

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou o Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais), com dados referentes a 2017.

O levantamento apontou a deficiência de políticas de saneamento básico em diversos municípios da RMVale. A pesquisa também apurou as consequências da má qualidade da água, que resultou em diversos casos de doenças endêmicas ou epidêmicas.

O levantamento avaliou planos que englobam serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e manejo de resíduos sólidos. Realizada entre abril e setembro de 2017, por meio de consulta às prefeituras da região, a pesquisa traz dados referentes apenas à existências dos serviços prestados, e não contemplam a qualidade ou efetividade dos mesmos.

Os número divulgados apontaram que metade da RMVale não tem políticas de saneamento básico, que estruturam áreas e definem metas de unificação do serviço. Apenas 17 municípios possuem planos, sendo, na sub-região 3, apenas Guaratinguetá. Outros seis da lista estão em processo de elaboração dos planos, como Cruzeiro. Os demais 16 municípios não possuem políticas para o serviço público, como é o caso de Aparecida.

Outro levantamento feito pelo instituto aponta as falhas no controle social do serviço. Apenas as cidades de Taubaté, São José dos Campos e Caraguatatuba têm um Conselho Municipal de Saneamento implantado.

Areias – A cidade foi a única contemplada na sub-região 3, com o investimento de R$ 6,1 milhões do Ceivap (Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul) para o projeto de estação de tratamento de esgoto. O Comitê, em conjunto com outras prefeituras, investirá R$ 25 milhões em cidades em torno da bacia do Rio Paraíba para melhoria do saneamento básico. A previsão é que as obras comecem no final do ano e durem 18 meses.

Doenças – A falta de saneamento básico acarretou na proliferação de doenças em 10 das 39 cidades do Vale do Paraíba. Foram relatados casos de endemia ou epidemia de doenças relacionadas a má qualidade da água, como diarreias, dengue e verminoses, doenças do aparelho respiratório, hepatite e zika virus. Entre as cidades da sub-região 3, apenas Potim entrou na lista.

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