Famílias de Guará enfrentam longa espera por atendimento médico especializado

Com quase 3,5 mil atendimentos agendados no último mês, secretaria aponta ausências de pacientes como maior problema; longe da meta, Município espera finalizar atendimento em até sessenta dias

Entrada da Secretaria Municipal da Saúde de Guaratinguetá; pacientes relatam longas filas de espera (Foto: Gabriela Oliveira)

Gabriela Oliveira
Guaratinguetá

A espera prolongada por atendimento médico especializado tornou-se um obstáculo contínuo para famílias e a secretaria de Saúde de Guaratinguetá. Pacientes têm relatado longas filas de espera, que chegam a ultrapassar meses, seja para marcar um agendamento ou, ser atendido ou realizar um procedimento.

Dona de casa e moradora do bairro Residencial Santa Mônica, Marly Rodrigues, 67 anos, aguardou sete meses para conseguir agendamento para um exame de colonoscopia. Segundo ela, a justificativa informada pelas autoridades seria o custo elevado do exame. “Durante todo esse tempo, eu senti muita dor, só ficava sentada, e precisei da ajuda do meu marido. É difícil não saber quando você vai ser atendida”.

Casos como o de Marly se multiplicam, com apontamentos de ineficiência do sistema, que não absorve a demanda por serviços especializados. A diarista Yara de Oliveira, 49 anos, é moradora do bairro Jardim Primavera e espera há dois meses por uma consulta com o ortopedista. “Já fui várias vezes no postinho perguntar se já marcaram meu médico, e nada ainda. Para piorar, ainda estou me recuperando de uma cirurgia no pé e não posso ficar andando. Dependo de duas vizinhas que me ajudam dando carona. Só assim consigo fazer o curativo”, contou Yara.

Ela relatou que, além da necessidade de consulta com o ortopedista, também aguarda uma cirurgia para conter uma hemorragia nos dois olhos, e que possui dificuldades para enxergar ao mexer no celular e em ambientes com muita luz. A diarista precisou interromper suas atividades no trabalho.

Em entrevista ao Jornal Atos, a diretora da Rede de Atenção à Saúde de Guaratinguetá, Ana Flávia Antunes, informou que o Município está credenciando médicos, a fim de atender a demanda crescente por consultas e exames. Segundo ela, o absenteísmo (ausência do paciente, sem aviso prévio, em consulta ou procedimento agendado) é o principal fator responsável pela demora no atendimento. “Só no último mês de agosto, tivemos 3496 agendamentos, mas somente 2101 pacientes compareceram, o que equivale a 60,1% de absenteísmo. Esse é um número significante, que gera prejuízos para a saúde pública”.

Questionada sobre qual o tempo médio de espera para atendimento, Ana Flávia não soube responder. Ela destacou que a meta do Município é atender os pacientes em até sessenta dias.

Para reduzir as faltas, a diretora esclareceu que a Rede de Saúde divulga a lista de faltantes nos postos de atendimento e entra em contato com os pacientes via WhatsApp para confirmar o comparecimento a exames e consultas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *