Concurso de Moda Inclusiva leva informação sobre autonomia do deficiente em Guaratinguetá
Desfile na Apae conta com participação de mães de atendidos; vencedora ganha book produzido e vaga na fase internacional na capital paulista
Juliana Aguilera
Guaratinguetá
A Apae de Guaratinguetá recebeu na última quarta-feira o concurso de Moda Inclusiva da região do Vale do Paraíba. Idealizado por Daniela Auler, coordenadora do projeto Moda Inclusiva da secretaria da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, o evento também contou com desfile de roupas de edições anteriores, com alunos da Associação. A vencedora do concurso, Arely Vieira, garantiu uma vaga na edição internacional, em São Paulo.
Essa foi a décima edição do concurso, que tem o intuito de conscientizar a sociedade das dificuldades que deficientes passam diariamente para vestir uma peça de roupa e como mudanças pequenas, como a troca de um botão por velcro, pode facilitar o trabalho do cuidador e aumentar a autonomia do deficiente. O conceito é não só dar mais personalidade e beleza às roupas com “cara de hospital”, mas criar peças que sejam úteis também aos não deficientes. A moda inclusiva foi criada no Brasil.
Daniela explicou que apesar de não haver faculdade de Moda em Guaratinguetá, o encontro com as mães que participaram do concurso foi uma experiência nova e desafiadora. “Foi corrido, mas elas tinham as ideias todas na mente”, afirmou. O concurso, que começou primeiramente com estudantes de moda, aumentou para profissionais de todas as áreas.
A coordenadora do projeto destacou a importância de ouvir as mães. “Elas são muito sábias. Às vezes, as pessoas falam ‘não vou participar porque não sei desenhar’, mas a gente faz todo o material, mostra os livros. A gente quer isso: democratizar a moda, dar acesso a todo mundo”, explicou.
Ao todo, cinco mães participaram do concurso, que teve como vencedora Arely Vieira, mãe da Bete, que possui paralisia cerebral, e de Samuel, que é autista.
As roupas foram inspiradas na dificuldade diária que as mães encontram para vestir seus filhos, desde o obstáculo com botões, calça, sapatos, até mesmo a mobilidade reduzida de membros e sensibilidade das crianças e jovens. A falta de calças com elástico e sapatos com velcro para adultos foi uma dificuldades que inspirou na criação das peças.
Soluções – Diversas roupas com aberturas laterais, com imãs ou zíper foram criadas para ajudar crianças cadeirantes. A calça de cintura alta também foi concebida, pois algumas mães vem a dificuldade dos filhos que usam fraldas. A proporção das roupas também foi levada em consideração, já que, atualmente, diversas peças são confeccionadas justas e muitas crianças, como as com síndrome de Down, possuem tamanhos diferentes.
A votação foi realizada por membros do corpo docente da Apae Guaratinguetá, a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Andréa Évora, a coordenadora do Qualifica Guará, Mônica Veloso, e o chefe de gabinete da secretaria da Assistência Social, José Mário Amato.