Atletas de Guará pedem apoio para competir
Ginasta de 11 anos garante espaço para treinar para Sul-Americano, após pedido publicado nas redes sociais; carateca não consegue recurso e deve ficar fora do Mundial na Irlanda
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
Um post em uma rede social em forma de apelo chamou a atenção de internautas e pessoas ligadas ao esporte de Guaratinguetá. A ginasta Viviane Oda, de 11 anos, nascida da cidade, pedia através do pequeno texto um espaço para que pudesse treinar de forma intensa para a disputa do Campeonato Sul-Americano Infantil de Ginástica Rítmica, em julho, no Equador. A menina faz parte de um grupo que sonha com apoio para competir, como a carateca Paula Jéssica de 20 anos.
Viviane Oda é apontada como promessa do esporte brasileiro. Multicampeã dentro e fora do País, a ginasta integra a seleção infantil. Sem ter acesso a um espaço adequado para treinar, ela recorreu as redes sociais para pedir apoio. A resposta foi imediata. “Eu fiz o textinho porque estou precisando de um espaço maior para treinar, já que o que eu uso é pequeno. Fiz a postagem e muita gente se ofereceu para me dar um dia de treino”, contou a garota, que revelou ainda que chegaram convites de outras cidades como São Caetano, Osasco e até de cidades de Minas Gerais.
Após pedido, o secretário de Esportes, Joel Pinho, confirmou que conseguiu espaço para a ginasta.
Nascida em Guaratinguetá, ela é patrocinada pela cidade de Osasco, município que a atleta defende em competições regionais e estaduais.
A treinadora da ginasta em Guaratinguetá, Carol Nogueira, explicou que o pedido foi feito pela dimensão do torneio que a ginasta disputará pela seleção brasileira. “Ela está se preparando para o Sul-Americano, que acontece entre 25 de julho e 30 de agosto. A gente precisa que ela se prepare bem para isso.
A secretaria de Esportes nos deu um dia por semana para treinar na quadra de esportes do Pedregulho, sempre às sextas-feiras. Só que um dia é muito pouco para a ginástica. Ela divide o treino com mais 12 meninas que defendem a cidade de Guaratinguetá”, concluiu Carol.
Segundo a treinadora, a Prefeitura dá apoio com transporte para competições e eventos, além de auxiliar na preparação dos locais. “Eles (secretaria e Prefeitura) não medem esforços para ajudar, mas a cidade é carente de quadras poliesportivas. A gente tem clubes particulares, mas é difícil a entrada se não for sócio”, respondeu.
A ginasta vai viajar para Cascavel-PR, onde ficará concentrada com a seleção brasileira entre os dias 3 e 9 de julho. Dia 10, Viviane retorna para Guaratinguetá e no dia 25 inicia a disputa do Sul-Americano.
Solução – O secretário de Esportes Joel Pinho confirmou que atualmente a quadra de esportes do Pedregulho é disponibilizada para a ginástica rítmica sempre às sextas-feiras, mas que devido à demanda, se torna inviável destinar a quadra somente para a equipe de ginástica rítmica ou para a atleta.
“Fomos a campo e conseguimos um espaço. A atleta poderá treinar no colégio Galhardo, que cedeu o espaço. A gente quer que todas as atletas tenham conforto e possam treinar de forma adequada”, contou Pinho.
A autorização é para que a ginasta Viviane Oda, que vai disputar o Sul-Americano, e 12 outras atletas de Guaratinguetá possam utilizar o espaço. O secretário também confirmou o projeto de construção de um centro de treinamento de ginástica rítmica na cidade, que servirá como centro de referência para a região.
No tatame – A carateca Paula Jéssica, de 20 anos, que também é de Guaratinguetá, ficou em terceiro lugar no Campeonato Paulista da modalidade. Com o bom desempenho, Paula conquistou uma das quatro vagas do Brasil para o Mundial da Irlanda, em agosto, mas o atleta que conquista o direito de disputar o torneio precisa pagar uma taxa de R$ 8 mil pela inscrição.
Paula emprestou R$ 2 mil, pagou uma das quatro parcelas, e pediu ajuda para a Prefeitura de Guaratinguetá. A solicitação foi feita nesta semana. Com tempo curto, Joel Pinho tentou encontrar apoio em empresários da região, mas o pagamento da taxa deve ser feito até o próximo dia 15. Com a proximidade da data e sem poder investir na atleta, o secretário de Esportes não pôde auxiliar a jovem. “Nosso empecilho foi a parte orçamentária. O custo não é barato e legalmente falando a Prefeitura não pode arcar com uma despesa particular, então a gente esbarra nesses problemas”.
Com o tempo curto e sem auxílio financeiro, Paula desistiu da competição. “A federação estava me cobrando muito, para dar uma resposta até hoje se eu disputaria ou não, e se teria o dinheiro restante. Por isso eu tive de cancelar minha participação”, respondeu a atleta, que não deve conseguir reaver os R$ 2 mil já pagos pela inscrição.