Ambulantes pedem retorno de serviços noturnos para delivery e “peça e retire” em Guará

Proprietários de trailers de lanches alegam queda de 70% na arrecadação mensal durante a pandemia na cidade

Um dos palcos de ambulantes, a praça Conselheiro Rodrigues Alves está impedida para categoria, que pressiona (Foto: Marcelo A. dos Santos)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Ambulantes proprietários de trailers de lanches de Guaratinguetá estão enfrentando forte queda na arrecadação. A Prefeitura permite o trabalho da categoria das 8h às 19h, mas os donos de carrinhos de lanches alegam que o período noturno é o mais rentável e que a medida não teria o resultado esperado. O tema virou pauta na Câmara.

O comércio de comida e bebida está permitido, desde que seja respeitado o horário de funcionamento e o tipo de serviço oferecido. Em Guará, apenas os serviços delivery (entrega) e ‘peça e retire’ está permitido, tanto para restaurantes, lanchonetes, praça de alimentação do shopping, como para ambulantes.

De acordo com os proprietários de trailers de lanches, a renda mensal despencou nos últimos meses, atingindo queda de 70% e em alguns casos 90%. Um grupo de ambulantes pede que seja ampliado o horário de funcionamento para esse tipo de estabelecimento, com os serviços de entrega ou retirada no local, para o período noturno. “Nossa renda caiu praticamente 90% e não estamos conseguindo pagar nada das nossas contas. Está ‘super’ difícil. Estamos trabalhando apenas da garagem de casa, dependendo apenas da internet. Tem amigos nossos que estão passando necessidades. Nossa renda vem unicamente do trailer. Por não poder colocar o trailer no lugar e trabalhar lá, muitos clientes acham que a gente não está trabalhando, não sabem que estamos”, contou Gisele Cristina, proprietária de um trailer na cidade.

Realidade parecida a de Luciano Gonçalves, que assim como Gisele, tem um trailer de lanche na avenida Presidente Vargas mas não pode abrir o carrinho, nem para serviços delivery ou retirada no local no período da noite. “A nossa renda caiu em torno de 70% e não é só a minha família, tem mais duas pessoas que trabalham comigo. Nesse período eu tive que fazer esse corte para não mandar ninguém embora, então cada semana vem um trabalhar comigo, na minha casa mesmo, no sistema delivery”, contou o proprietário, que não teve o auxílio emergencial do Governo Federal aprovado.

Na Câmara Municipal, um requerimento de Fabrício Dias (MDB) pede a ampliação de horário para o comércio ambulante, das 19h à 1h. A Prefeitura negou, a princípio, devido ao aumento dos casos confirmados de novo coronavírus e o crescente número de pacientes internados e óbitos registrados.

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