À frente do tratamento do esgoto, Saeg estima investimento de R$ 90 milhões
Companhia tem missão de concluir serviços nos próximos anos; Miguel Sampaio confirma projeção orçamentária e projetos
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
À frente do trabalho de tratamento do esgoto de Guaratinguetá desde 3 de janeiro deste ano, a Saeg (Companhia de Água, Esgoto e Resíduos) já traçou um novo planejamento para a sequência dos trabalhos. Na última quinta-feira (27), o presidente da autarquia, Miguel Sampaio, confirmou em entrevista à Rádio Clube FM, que já tem um valor para investimento no serviço, que terá nova estratégia para ampliar o sistema.
A companhia de economia-mista substitui a antiga prestadora de serviços, Guaratinguetá Saneamento, após longo entrave judicial entre a GSan (grupo dono da terceirizada) e a Prefeitura. Além da Saeg, a Codesg (Companhia de Desenvolvimento), entrou como apoiadora em trabalhos pontuais.
Sampaio garantiu que não haverá alteração no quadro de diretores da companhia e projetou o valor de investimento necessário para totalização do tratamento do esgoto do município.
O diretor da Saeg afirmou que as atuais estações de tratamento de Guaratinguetá podem ser ampliadas, com saúde financeira, já que as contas da companhia, segundo Sampaio, têm superávit.
Guaratinguetá tem apenas 29% do esgoto tratado e para atingir os 100%, a Saeg estima que sejam necessários R$ 90 milhões investidos. Segundo Sampaio, foi realizada uma análise prévia com uma empresa de engenharia que realiza parte do tratamento e coleta de esgoto para a Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) do Rio de Janeiro. “Eu pedi para que fosse feita uma avaliação de números ideais para a gente trabalhar e concluir os 100% ao longo desses anos. O antigo contrato com a Guaratinguetá Saneamento era de R$ 245 milhões. Passei todas as informações, a equipe analisou e depois de 15 a 20 dias, eles informaram que a Saeg vai precisar de entorno de R$ 90 milhões para concluir até 2032”.
Na última quinta-feira, Sampaio se reuniu com empresas que podem elaborar um diagnóstico sobre as necessidades para ampliação do tratamento do esgoto e uma análise técnica sobre custos e opções. Entre as possibilidades citadas, está a ampliação das atuais estações de tratamento de esgoto, com a instalação da válvulas e equipamentos de bombeamento do esgoto, sem que haja necessidade de construir novas ETE’s.
“Existem tecnologias que você investe na estação de tratamento e investe no bombeamento para essa estação e elimina custos de construção de novas ETE’s”, citou. “Eu quero começar a ouvir, e nós precisamos ter, de uma empresa especializada, ou de duas empresas, para saber exatamente qual o procedimento a partir de agora. Se é melhor ampliarmos a estação de tratamento”, afirmou Sampaio.
O diagnóstico, segundo ele, pode ser emitido em quatro meses, após assinatura do contrato de prestação de serviço.
Cofres – A situação financeira da Saeg era motivo de preocupação da gestão do prefeito Marcus Soliva (PSC) nos últimos anos. A companhia precisou readequar contratos e cortar despesas entre 2020 e 2021 para equilibrar as contas. Miguel Sampaio aguarda parecer oficial, mas já enfatizou superávit no acumulado do ano passado. “Estamos fechando balanço, mesmo porque os nossos balanços são auditados. Já contratamos a empresa que vai fazer e devemos fechar com lucro em torno de R$ 4 milhões. Aí você fala, ‘poxa vida, R$ 4 milhões e a inadimplência aumentando’, mas fizemos um trabalho forte de redução de custos de despesa”, finalizou.
A oficialização das contas da Saeg será publicada no próximo mês. A companhia define a análise dos próximos passos para iniciar a operacionalização do esgoto e o avanço do tratamento do esgotamento sanitário. Sampaio não descartou que novas ETE’s sejam construídas, desde que haja nessa avaliação, indicações de que as obras são mais vantajosas e menos onerosas para o Município.