Santa Casa desmente limitação de exames diários

Aviso fixado no hospital de Cruzeiro estipulava no máximo 15 procedimentos em casos de hemogramas simples

Pacientes aguardam atendimento em frente a Santa Casa de Cruzeiro; entidade nega limitação de exames (Foto: Arquivo Atos)
Pacientes aguardam atendimento em frente a Santa Casa de Cruzeiro; entidade nega limitação de exames (Foto: Arquivo Atos)

Rafael Rodrigues
Cruzeiro

A Santa Casa de Misericórdia de Cruzeiro negou que tenha determinado um limite para a realização de exames no hospital. A situação foi divulgada no início da última semana, quando um aviso, que teria sido colado na parede do hospital “viralizou” nas redes sociais.

A entidade é comandada por meio de intervenção municipal desde outubro de 2015, já em meio à séria crise que coloca em risco o atendimento. Desde então, o hospital sempre foi um dos grandes gargalos da administração. Apesar de ter ganho um fôlego ao longo do primeiro semestre, as reclamações seguem constantes. Na última semana, mais uma ganhou projeção.

Um aviso fixado na entidade estipulava um limite de exames feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), como os hemogramas, que não deveriam ultrapassar o limite de 15 por dia. Outros exames também estariam limitados, como raio-X de tórax (dez), eletrocardiograma (dez) e até mesmo tomografia (dois). No último, a cidade tinha relatos de que a aparelhagem sequer estaria funcionando.

Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, a entidade desmentiu que exista um limite de exames, mas alegou que muitos pacientes procuravam o Pronto Socorro da entidade exclusivamente para solicitar e realizar exames. De acordo com a administração, a intenção do comunicado era orientar os médicos da necessidade de conter os pedidos.

Uma funcionária, que preferiu não se identificar, relatou que muitas pessoas procuram com frequência o Pronto Socorro exigindo exames para os médicos, que acabam cedendo ao pedido. Esses casos, segundo a funcionária, estão cada vez mais frequentes. Para ela, é preciso o entendimento por parte dos usuários do SUS de que “o Pronto Socorro não é uma clínica médica”, e que “a procura deveria ser feita primeiramente nas UBS’s (Unidades Básicas de Saúde) dos bairros”.

“Algumas pessoas vêm mais de duas vezes por mês e buscam sempre a realização de exames, principalmente de sangue. Isso gera um fluxo muito alto”, contou.

A entidade ressaltou que o comunicado foi uma maneira encontrada pela administração do Hospital para auxiliar os médicos na hora de negarem exames quando clinicamente não são necessários. “Os médicos mesmo depois de avaliar e ver que não existe a necessidade de exames, sofrem algumas coações dos usuários e acabam cedendo, por isso colocamos o comunicado como uma forma de reeducação os usuários”.

A Santa Casa garantiu que somente em julho foram realizados mais de seis mil exames de laboratório, ou seja, que não houve limitação das avaliações feitas pela entidade durante esse período.

Segundo a comunicação, a entidade confirmou que caso o paciente tenha urgência, o exame será feito, independentemente do número que já tenha sido realizado no dia.

A secretária de Saúde, Ana Inês Costa, confirmou que todos os pacientes que procurarem o Pronto Socorro serão atendidos com realização de exames. “O que limita os exames são a necessidade dos pacientes”.

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