Por atraso da Prefeitura, Santa Casa de Cruzeiro suspende internações
Repasse que venceu dia 15 custeia atendimento no hospital, que acumula R$ 19 milhões em dívidas
Da Redação
Cruzeiro
Depois de garantir uma solução paliativa para a greve dos médicos do Pronto Socorro, a Santa Casa de Cruzeiro terminou a semana com mais um problema. A entidade suspendeu as internações por conta do atraso no repasse de R$ 730 mil da Prefeitura, aumentando a crise na rede municipal de saúde.
Na última edição do Jornal Atos, duas matérias mostravam a condição alarmante do caixa da Santa Casa da cidade. Sem dinheiro, a direção do hospital tem hoje uma dívida superior a R$ 19 milhões e busca alternativas para salvar o atendimento, como o pedido de criação de uma tarifa facultativa na conta de água, para ajudar no custeio dos gastos do atendimento.
O provedor José Ponciano chegou a dizer que acredita que sem uma ajuda imediata, o serviço pode ser fechado até o final do ano. “Acho que, se o governo não intervir, não ajudar de alguma forma, esse hospital deve parar”, sentenciou.
Na última sexta-feira, outra medida estampou a crise. A Santa Casa paralisou as internações, apontando a dívida no repasse do município como principal causador.
De acordo com a administração do hospital, o aporte que deveria ser pago no último dia 15, não foi depositado, impossibilitando a compra de medicamentos, assim como o pagamento dos médicos. Na última semana, a Santa Casa conseguiu, junto à Prefeitura, a liberação de R$ 128 mil, para que os 32 médicos normalizassem o atendimento. Mas sem uma posição da data para o pagamento dos R$ 600 mil restantes, a entidade decidiu suspender o serviço, que realiza em média 60 mil atendimentos, com cerca de 450 internações por mês.
As internações de emergência e o PS seguem normalizados, já que o convênio referente aos serviços não está em atraso.
O Departamento Regional de Saúde de Taubaté frisou que não recebeu nenhuma solicitação para apoio no atendimento, nem mesmo de transferência de pacientes.
Além de Cruzeiro, a Santa Casa de Misericórdia da cidade é referência no Vale Histórico e atende famílias de Lavrinhas, Areias, Arapeí, Bananal, Silveiras, Queluz e São José do Barreiro.