Vereadora e delegado trocam acusações e Câmara volta a barrar investigação em Cachoeira

Com apenas três votos favoráveis, denúncia contra parlamentar, que gravou vídeo alegando a falta de atendimento

A vereadora Rogéria Lucas (Pode), que gravou o vídeo em frente à delegacia da cidade (Foto: Arquivo Atos)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

A Câmara de Cachoeira Paulista rejeitou uma denúncia do delegado Mário Celso Ribeiro, da Polícia Civil, contra a vereadora Rogéria Lucas (Pode), na última terça-feira (13). A denúncia foi motivada após a parlamentar gravar um vídeo em frente à delegacia da cidade, alegando a falta de atendimento.

Apenas Adriana Vieira (PSD), Thálitha Barboza (PT) e Felipe Piscina (União) votaram favoráveis ao pedido do delegado. Carlinhos da Saúde (PSD), Max Barros (PL), e a própria Rogéria votaram contra a denúncia. Já os vereadores Agenor do Todico (PL), Luiz Gonzaga Brejão (Pode) e Dil Fonseca (PSD) se abstiveram do voto.

“Um vídeo gravado por uma vereadora trouxe questionamentos infundados sobre a segurança pública em nossa cidade, algo que pode comprometer seriamente a tranquilidade que tanto prezamos. Acredito que todos nós, como representantes do povo, devemos agir com responsabilidade e consideração pelo bem-estar coletivo”, destacou Adriana.

No dia 30 de julho, Rogéria Lucas gravou um vídeo em frente à delegacia criticando a falta de atendimento, no momento da gravação, e afirmando que a cidade estava abandonada, o que possivelmente aumentaria os índices de criminalidade. “Já bati, a campainha não funciona, o interfone não funciona, isso quer dizer que nós aqui em Cachoeira estamos simplesmente abandonados, por isso que tem roubos, assaltos, furtos”, alegou a vereadora em seu vídeo.

Após a repercussão da publicação de Rogéria, o delegado também postou um vídeo nas redes sociais, afirmando que as declarações da vereadora não procediam. “Me perdoe a franqueza, mas ela (Rogéria Lucas) foi inconsequente, ela foi maldosa. O que ela falou no vídeo que a cidade estava abandonada, que isso era motivo do aumento da criminalidade, de roubos e de furtos, não é verdade, ela poderia ter causado um mal maior, e nós fizemos um boletim de ocorrência por difamação, porque ela não atingiu só a minha pessoa como delegado, mas a dos meus funcionários, da Polícia Civil, uma instituição secular que merece respeito, principalmente das autoridades (trecho do vídeo do delegado)”.

Na denúncia, Mário Celso relatou que no momento que Rogéria esteve na delegacia, a porta do plantão policial estava aberta ao público, mas o plantonista tinha sido autorizado pela Autoridade Policial a sair para buscar um marmitex. Ele afirmou ainda que havia um escrivão para suprir a sua ausência, mas que o mesmo estava em um dos cartórios criminais atendendo uma vítima de “violência contra a mulher”. Por fim, o delegado frisou que Rogéria faltou com decoro parlamentar e pediu que o presidente da Casa (Leo Fênix – PL) tome as devidas providências.

A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com o delegado para perguntar sua opinião sobre a decisão da Câmara de rejeitar sua denúncia, mas ele optou por não se manifestar, contudo disse que ingressou duas ações no juízo, uma criminal e outra cível.

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