Cachoeira volta a trocar comando na Saúde após sete meses de governo
Santa Casa e secretaria passam por novas mudanças que prometem agilizar recuperação do atendimento
Rafaela Lourenço
Cachoeira Paulista
O setor mais criticado de Cachoeira Paulista passou novamente por mudanças. A Prefeitura iniciou o mês trocando o secretário de Saúde e o interventor da Santa Casa, com nova promessa de qualificar o atendimento, em crise há anos.
Recuperar o setor foi uma das promessas de campanha do prefeito Edson Mota em 2016. Para isso ele convidou para a secretaria de Saúde o ex-vereador Guilherme Danzi Marcondes, que ocupou a bancada de oposição durante o governo de João Luiz Ramos (PSB), quando questionou as estratégias na saúde.
De acordo com o ex-secretário, ele ficou à frente da pasta por um acordo com o prefeito e garantiu não ter acontecido nenhum tipo de desavença para o afastamento. “Combinamos que eu ficaria por seis meses e fiquei oito. Agora volto para as minhas atividades como advogado, assumindo o setor jurídico da Prefeitura”, contou Marcondes.
Quem assumiu o cargo foi a enfermeira Taís Lemos Ribeiro, que atuou como diretora de Saúde de Silveiras por oito anos, e como secretária de Saúde do município no último semestre de 2016. Em janeiro de 2017, Taís foi convidada a trabalhar na administração do Pronto Socorro de Cachoeira, antes de substituir Marcondes.
Já a intervenção da Santa Casa, que segue há vinte anos com a auxílio do Poder Executivo, está novamente com a direção de Ionan Maklouf, que esteve no cargo entre 2015 e 2016. Maklouf foi candidato a vereador em Canas, nas eleições de 2012, com o nome político “Ionan da Saúde” e totalizou apenas 21 votos.
O setor tenta ganhar fôlego neste semestre, após os salários e 13º salários atrasados terem sido quitados. O Pronto Atendimento conta com quatro médicos por dia, dois a cada turno. Médicos especialistas atendem uma demanda de ortopedia, cardiologia, oftalmologia, ginecologia e pediatria no ambulatório.
Segundo o antigo interventor da Santa Casa, Alexandre Alves, o Centro Cirúrgico estaria pronto para o atendimento no final de setembro, mas de acordo com Ionan Maklouf, a obra ainda não começou à espera da liberação da Prefeitura. Ainda não há previsão da entrega.
De acordo com a Vigilância Sanitária, é necessário que o prédio seja reestruturado por se tratar de uma área de contaminação, que deve estar distante do setor atendimentos e emergências.
Já os trabalhos da maternidade seguem paralisados. As gestantes são encaminhadas para a Santa Casa de Lorena.
Rede municipal – Sobre postos de saúde, em julho, Marcondes participou de uma reunião no DRS (Departamento Regional de Saúde) em Taubaté, quando foi liberado um repasse por meio de verbas federais de R$ 900 mil, destinados a Atenção Básica. O montante foi repassado aos cofres públicos, fracionado em seis vezes.
Do valor, R$ 500 mil foram encaminhados em emenda do deputado federal Tiririca (PR) e R$ 400 mil do deputado estadual Marcio Alvino (PR).
Outras emendas ainda seguem sob análise para liberação do Ministério da Saúde, como R$ 350 mil do deputado estadual Estevam Galvão (DEM) para custeio, R$ 100 mil do deputado estadual Vaz de Lima (PSDB) para aquisição de uma ambulância, R$ 100 mil do deputado estadual Pedro Kaka (Pode), também para ambulância e um repasse de R$ 300 mil do deputado estadual Samuel Moreira (PSDB).
Com o acúmulo de reclamações no atendimento, a secretaria de Saúde está criando um Núcleo de Educação Permanente para capacitar periodicamente as nove equipes de profissionais da saúde. O núcleo contará com treinamento de educação continuada, humanização, acolhimento e também sobre as técnicas específicas da profissão, para melhorar os atendimentos dos postos.