Cachoeira estuda implantação de Atividade Delegada
Furto é o delito de maior índice na cidade; mortes em março assustaram moradores
Maria Fernanda Rezende
Cachoeira Paulista
A recorrência de crimes violentos tem assustado os moradores de Cachoeira Paulista. Eles reclamam da falta de segurança na cidade. Para reverter o quadro, a Prefeitura estuda instituir a Atividade Delegada para aumentar o patrulhamento e auxiliar no combate aos atos criminosos.
De acordo com levantamentos da secretaria de Segurança Pública do Estado, a cidade não registrou mortes nos dois primeiros meses do ano. Os crimes com números mais significativos são o de furto, com 46 casos (seis a mais que em 2016, também no primeiro bimestre), e lesão corporal dolosa (quando há intenção de agredir a vítima), com 18 ocorrências registradas.
Apesar de números menores frente a outras cidades de maior proporção na região, os moradores confirmam a insegurança para andar em horários noturnos pelas ruas, ou até mesmo de deixar suas casas sem ninguém por muito tempo.
Na última semana, a morte do taxista Luís José Doroteia, 63 anos, que havia desaparecido, causou medo e revolta.
De acordo com a família da vítima, o taxista estava no ponto em que trabalhava, no Centro, quando foi acionado para realizar uma corrida na região do Jardim Europa.
De acordo com a Polícia Civil de Canas, a investigação segue em busca dos envolvidos.
“No mesmo dia que o taxista foi morto queimado, também mataram um rapaz de 22 anos, filho de uma amiga. Há pouco tempo, na minha rua furtaram a casa de um casal que trabalha fora. Acontecem essas coisas aqui”, contou a funcionária pública Edna Junqueira.
Outro ponto bastante discutido pela população local é aumento aos finais de semana do fluxo de pessoas na cidade, que faz parte do Circuito Religioso do Vale do Paraíba. Os eventos reúnem milhares de pessoas, o que atrai criminosos.
Para um morador da cidade, que não quis se identificar, a Prefeitura tem que brigar para aumentar o efetivo das polícias. “Temos uma cidade com população flutuante”, lembrou.
O Executivo informou que para garantir a proteção dos residentes e visitantes do município, estuda com a Polícia Militar a implantação do sistema Atividade Delegada.
O convênio entre Prefeitura e o Estado permite que policiais militares possam trabalhar em regime especial em dias de folga.
O salário é pago pela municipalidade, e as estruturas usadas continuam sendo as oferecidas pelo governo estadual.
A Prefeitura afirmou que há um entendimento com a PM, mas não comunicou se há previsão para o início dos trâmites.
Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Polícia Militar destacou que tem “grande interesse em firmar convênios com as prefeituras, trânsito municipal e Atividade Delegada. Assim, com a parceria PM e prefeitura, atenderíamos as necessidades da cidade quanto à fiscalização, e aumentaríamos o número de homens realizando o policiamento ostensivo preventivo, aumentando a sensação de segurança e tranquilidade a comunidade”.
Ainda de acordo com a PM, atualmente a corporação age através de levantamentos estatísticos, utilizando as ferramentas de inteligência policial, assim desenvolvendo as ações policiais e operações.
A PM não revelou um acordo específico com Cachoeira para a implantação do sistema.