Justiça suspende processo seletivo para contratação na saúde de Aparecida
Candidatos criticam aplicação das provas e MP denúncia ilegalidade na contratação de funcionários
Rafael Rodrigues
Aparecida
No pedido atendido pela Justiça, o MP alega que houve graves indícios de irregularidade na realização das provas. De acordo com o documento apresentado pela Promotoria, o processo seletivo foi realizado com “clara violação aos princípios da publicidade, isonomia e moralidade”.
Os problemas apontados vão desde a falta de previsão da divulgação da lista de inscritos, dos convocados para as provas e entrevistas, e dos aprovados, até a previsão do conteúdo programático das provas técnicas.
Segundo denúncia, parte dos candidatos foram convocados antes de passarem por outro processo de avaliação, realizado no último dia 8. Para o MP, o fato demonstra que a convocação foi encaminhada exclusivamente para candidatos pré-selecionados pela empresa.
Uma das candidatas, que não quis ser identificada, fez a prova do último dia 3 e denunciou que no dia do exame, sequer documentos com fotos foram exigidos pelos examinadores. Ela falou ainda de outras irregularidades durante a avaliação. “As provas que chegaram não estavam grampeadas. O fiscal, na maioria das vezes, saia da sala. Não chamou ninguém para ver se lacrou a prova. Várias pessoas fizeram a prova fora do horário, e se qualquer um quisesse fazer a prova no meu lugar, faria, porque nem identidade eles pediram”.
O diretor de operações da Gamp, Eduardo Gonçalves, afirmou, em entrevista à uma rádio da cidade, que a metodologia que foi usada para aplicação de prova foi realizada de maneira igualitária para todas as pessoas, nenhuma pessoa teve privilégio, e todos tiveram o mesmo tratamento. Ainda de acordo com o diretor da empresa, antes da aplicação da prova foi exigida a apresentação de todos os documentos.
Prefeitura – Em nota, a Prefeitura afirmou que aguarda decisão da Justiça com relação à contratação dos funcionários pela empresa. A administração afirmou ainda que os serviços de saúde não serão prejudicados, mas não deu detalhes de como ficarão os postos dos bairros, como o Pronto Atendimento.
Sobre as denúncias de que a empresa é alvo, a Prefeitura frisou que a contratação da empresa foi realizada em concurso de projeto, que teve contrato assinado no dia 8 de junho de 2018.
O contrato entre Aparecida e Gamp é de 12 meses, podendo ser prorrogado até o limite de cinco anos. O valor do acordo nesse primeiro ano é de R$ 14 milhões.
Ainda de acordo com a nota, a Prefeitura argumenta que não pensa em desfazer o contrato, alegando que as denúncias ainda estão em fase de investigação.