Falta de medicamento de alto custo leva moradora a protestar em Aparecida

Paciente não encontra medicação de uso contínuo na farmácia da Prefeitura; secretária de Saúde garante que o problema em fornecimento é causado por problemas no sistema estadual

A jovem Ivany de Paula mostra o medicamento que estava em falta (Colaboração)
A jovem Ivany de Paula mostra o medicamento que estava em falta (Colaboração)

Rafael Rodrigues
Aparecida

A comerciante Ivany de Paula questionou a Prefeitura de Aparecida sobre a entrega de um remédio de alto custo que sua filha faz uso diário. Segundo ela, durante três meses não conseguiu encontrar a medicação na farmácia municipal, colocando em risco o tratamento da jovem de 30 anos.

Ela contou que todas as vezes que foi buscar o remédio Ferriprox era informada que estava em falta, e que o problema era proveniente da aquisição do Estado. “São seis comprimidos ao dia, mas já tem três meses que eu não consigo esse medicamento na farmácia. A funcionária disse que não tem esse remédio em Taubaté, local ondem eles buscam as medicações de alto custo”, desabafou.

A moradora garantiu que já entrou em contato com a farmácia regional, em Taubaté, e foi informada que a medicação não está em falta, o que houve foi falta de logística para buscá-la. “A assistente social me disse que tem o medicamento. Inclusive eles enviaram um outro remédio, que eles garantem que tem o mesmo composto, mas minha filha tem apresentado reação”, afirmou.

A medicação, que custa em média R$ 1,5 mil, é usada como agente quelante do ferro, normalmente indicado no tratamento de talassemia, ou seja, redução da taxa de síntese de uma das cadeias de globina que formam a hemoglobina resultando em sintomas de anemia. “O medicamento é utilizado por pessoas que têm excesso de ferro no sangue, como no meu caso. Tenho baixa formação dos glóbulos vermelhos no sangue, e o Ferriprox é o principal remédio para o tratamento. Se eu não tomo, pode causar sobrecarga de ferro, podendo causar problemas mais graves”, explicou a jovem Vivian Mariene, que faz uso da medicação.

A secretária de Saúde de Aparecida, Maria Eliane de Moraes, confirmou que a farmácia do município não dispõe da medicação, mas atribuiu o problema a uma falha de compra do Governo do Estado. “Eu entrei em contato com o dispensário, onde estão os medicamentos de alto custo provenientes do Estado, e fui informada que os medicamentos estariam chegando. Porque, até onde temos informações, ele está em falta”.

Ela explicou que os remédios são dispensados em Taubaté, e cada Prefeitura se organiza para buscá-los. “A dispensação de medicamentos de alto custo é feita uma vez no mês. Nós enviamos o malote, a farmácia separa a medicação, então é agendado um dia para retirada”.
Apesar de garantir que o remédio não estava disponível, na última quarta-feira foi confirmada a ida de funcionários de Aparecida até à cidade vizinha para buscar o medicamento.

A secretária disse que em casos especiais isso pode acontecer, e a Prefeitura pode buscar os medicamentos fora da data pré-agendada. “Se tem um medicamento que chegou depois, a partir do momento que estiver liberado, nós vamos buscar”, finalizou.

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