Câmara abre investigação contra vereador por atuação em entidade beneficente de Aparecida

Membro da oposição, Dudu garante que processo que apura ligação entre parlamentar e asilo tem cunho político

O presidente da Câmara de Aparecida, Marcelo Marcondes, que recebeu denúncia contra Dudu Reis (Foto: Reprodução)
O presidente da Câmara de Aparecida, Marcelo Marcondes, que recebeu denúncia contra Dudu Reis (Foto: Reprodução)
Rafael Rodrigues
Aparecida
O vereador de oposição José Luiz Reis, o Dudu, (PR), é alvo de processo investigatório na Câmara de Aparecida. A ação apura a necessidade de desvinculação do parlamentar em trabalho realizado em uma entidade assistencial do munícipio.

A apuração começou depois que a secretaria do Legislativo apurou que Dudu se absteve de votar no início deste ano do projeto sobre a liberação de subsídios para entidades e associações do munícipio, entre elas, o Asilo São Vicente de Paulo, onde ele atua voluntariamente como membro da diretoria.

Os funcionários da Câmara apuraram também que no início de 2017, durante votação semelhante, o vereador participou normalmente dos trabalhos. “Recebemos um ofício da secretaria da Câmara que verificou uma possível irregularidade, e começamos a investigar a documentação. Agora vamos dar direito de ampla defesa ao vereador”, explicou o presidente da Câmara, Marcelo Marcondes (PV).

O chefe do Legislativo não soube responder se havia a necessidade de o parlamentar assinar termo de desincompatibilização da entidade para atuar na Câmara. Disse apenas que espera uma resposta de Dudu para dar sequência aos trâmites legais. “Eu vou ver o que a defesa do vereador vai falar. Não tenho como afirmar se pode ou não atuar na Câmara, ao mesmo tempo que faz parte da diretoria de uma entidade”.

Dudu está no seu primeiro mandato e tem se posicionado cada vez mais em oposição ao governo do prefeito Ernaldo Marcondes (MDB), ao lado da vereadora Ana Alice Braga (PODE) e Carlos Alexandre Rangel (PSD).

Apesar de ser o líder da base governista, o presidente da Casa garantiu que não é uma investigação política. “Não tem lado político, é uma ação administrativa, e sou obrigado a fazer isso porque sou o gestor da Casa. A partir do momento que a secretaria me comunica, eu preciso tomar uma atitude. A minha foi abrir ampla defesa para que ele possa se explicar”.

Acusado, Dudu frisou que não vê necessidade de investigar sua desincompatibilização da entidade, porque o regimento interno dispensa a atitude, já que ele garantiu que é voluntário. “Não existe problema em nada do que eu fiz. Não tem punição no fato de eu ter votado ou não. Eu sou voluntário em uma entidade filantrópica, ou seja, não precisava nem deixar de trabalhar lá”, garantiu.

O vereador não afirmou que o processo administrativo é perseguição política, devido à sua posição muitas das vezes contrárias ao atual governo. “Acredito que se não for perseguição, é alguma coisa para me desestabilizar. Eu ainda sou muito novo na política, e algumas situações eu desconheço.”

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