Suplentes assumem vagas de vereadores investigados por “rachadinha” em Ubatuba
Ato legislativo ocorre após novo afastamento de trio eleito; substitutos haviam ocupado as cadeiras por curto período no inicio deste ano
Da Redação
Ubatuba
Após a Justiça ordenar o novo afastamento de três vereadores acusados de integrarem um esquema de “rachadinha”, a Câmara de Ubatuba empossou na tarde da última quinta-feira (31) os suplentes dos parlamentares. A expectativa do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) é de que os substitutos ocupem as cadeiras até o fim desta legislatura.
Comandada pelo presidente interino da Câmara, Edelson Fernandes (MDB), a cerimônia de posse de Benedito dos Santos, o Berico (PTB), Durval Netto (PSL) e Sandro Anderle, o Pastor Sandro (Avante), foi realizada na sala da Procuradoria Jurídica da Casa. O trio assumiu pela segunda vez as cadeiras deixadas pelo chefe do Legislativo, Eugênio Zwibelberg (Avante), pelo vice-presidente, José Roberto Monteiro Júnior, o Júnior JR (Pode), e pelo segunda secretário, Josué dos Santos, o Josué D´Menor (Pode). Na primeira vez, Durval Netto, que entrou no lugar de Zwibelberg, permaneceu no cargo apenas de 1 a 6 de fevereiro. Já Berico e Pastor Sandro tiveram uma “estadia” um pouco mais longa na Casa, que durou de 1 de fevereiro a 11 de março, data em que D´Menor e Júnior JR conquistaram, assim como o presidente, aval judicial para reassumirem as cadeiras devido ao fato de que o TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) considerou que eles não possuíam condições na Câmara de interferirem no andamento do trabalho investigativo da Polícia Civil e do MP-SP que apura, desde o ano passado, o suposto esquema de “rachadinha”.
No último dia 29, dois dias antes da nova posse dos suplentes, a Justiça ordenou o segundo afastamento dos titulares. A decisão atendeu ao pedido feito no último dia 25 pelo MP-SP, que afirma ter encontrado indícios suficientes de que os eleitos indicavam moradores para ocuparem cargos em órgãos públicos da cidade, mas em contrapartida exigiam que eles os destinassem parte de seus salários, ação ilegal conhecida como “rachadinha”. Além do afastamento, o órgão cobra que o Judiciário, que segue analisando o caso, condene o trio pelas práticas de associação criminosa, peculato (crime contra o dinheiro público) e até mesmo outros crimes que davam sustentação para o funcionamento do esquema. Zwibelberg, D´Menor e Júnior JR negam as acusações e afirmam que elas fazem parte de uma manobra política que busca prejudicá-los.