Região tem aumento no número de casos de estupro no primeiro trimestre
Registros crescem 16% em comparação ao início do ano passado; cidades do Litoral estão entre as seis com mais vítimas
Da Redação
RMVale
Dados divulgados pelo Governo do Estado, na última terça-feira (25), revelam que a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) registrou no primeiro trimestre deste ano um aumento de 16% no número de casos de estupro em comparação ao mesmo período de 2022. Alarmando ainda mais as autoridades em Segurança Pública, quase 76% dos crimes foram cometidos contra vítimas consideradas vulneráveis.
O levantamento da secretaria de Segurança Pública do Estado apontou que a região contabilizou 187 crimes sexuais entre janeiro e março. Do montante, 147 foram caracterizados como estupro de vulnerável, termo definido como o crime cometido contra crianças menores de 14 anos ou vítimas que possuem algum tipo de deficiência física ou mental, que as impossibilita de se defenderem ou compreenderem a situação indevida.
O total de casos supera em 27 o índice registrado no primeiro trimestre do ano passado, que foi de 160, sendo 113 de vítimas vulneráveis.
Com 38 ocorrências, São José dos Campos lidera a lista dos 26 municípios com registro de estupros no começo deste ano na região, que engloba 39 cidades. Na sequência, aparecem Jacareí, com 21 casos, e Caraguatatuba, que teve 18 vítimas. As 23 demais cidades da RMVale que registraram estupros de janeiro a março foram: São Sebastião (12), Ubatuba (12), Ilhabela (11), Pindamonhangaba (11), Taubaté (11), Campos do Jordão (10), Cruzeiro (9), Guaratinguetá (6), Aparecida (3), Cachoeira Paulista (3), Lorena (3), Santa Branca (3), Tremembé (3), Igaratá (2), Paraibuna (2), Potim (2), Bananal (1), Caçapava (1), Lagoinha (1), Redenção da Serra (1), Roseira (1), Santo Antônio do Pinhal (1) e São Luís do Paraitinga (1).
Um dos crimes de violência sexual que mais chocaram os moradores da região neste início de ano ocorreu na noite de 17 de março no bairro rural
Sapezal de Lagoinha. Na ocasião, o ex-funcionário de uma fazenda, Edcarlos Oliveira Rocha, 50 anos, invadiu a propriedade e matou o ex-patrão, que tinha 74 anos, a facadas no curral. Na sequência, o criminoso foi até outra parte da fazenda e informou à esposa do idoso que ele havia passado mal no curral. Ao chegar no local, a mulher se deparou com o corpo do marido e acabou sendo amarrada e amordaçada pelo ex-funcionário. Depois de enganar a mulher, o assassino foi até a casa principal da fazenda, onde sequestrou a filha do casal, de apenas 11 anos, e a levou para uma área de mata, onde a estuprou. Durante o ato, a criança aproveitou um descuido do violentador e conseguiu correr e buscar ajuda.
Rocha foi preso cinco dias depois do crime após ser localizado pela Polícia Militar, em uma área de mata da cidade. Em depoimento, ele alegou que a ação foi motivada por um desentendimento com o fazendeiro devido um pagamento.
O ex-funcionário da fazenda segue preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, que fica na capital paulista. Rocha responderá pelos crimes de homicídio doloso (quando existe a intenção de matar), estupro de vulnerável e cárcere privado.