pulando a cerca

Da Redação

A derrota da oposição em Cachoeira Paulista, na tentativa de instalar uma nova investigação contra o prefeito João Luiz Ramos, não só pegou muito vereador de surpresa, como indicou que o ex-petista (agora PSB) pode contar com um cenário mais favorável em 2016, pelo menos até a próxima pulada de cerca.

A proposta e expectativa na bancada, que se prepara para seguir no comando do Legislativo no último ano de mandato, eram de voltar a colocar o prefeito na parede, com investigações sobre os gastos e planejamento do Executivo. O que os vereadores Guilherme Marcondes, Aurélio da Farmácia, Carlinhos da Saúde, Claudinho Gaspar e Breno Anaya não esperavam era que votos considerados quase certos migrassem para a cúpula petista, barrando a comissão processante pedida por um ex-secretário de João Luiz (por falar em pulada de cerca…).

Mas a mudança só pega de surpresa quem ainda consegue ver (ou seria acreditar?) na fidelidade, não a partidária, que acarreta em penalidades reais, mas com as propostas, vomitadas em anos eleitorais. E assim é, para todos os lados.

Esse é apenas um exemplo de que não há sustentação em avaliações de “cientistas políticos” em qualquer tentativa de indicar a força e nem mesmo a composição de bases governistas e oposicionistas na região. É possível contar nos dedos das mãos os vereadores que começaram e terminarão os mandatos com o mesmo discurso. É a velha tentativa de impor ao eleitor a política do Alzheimer, quase sempre com sucesso…

Em alguns casos a mudança pode até ser benéfica, como em Guaratinguetá, onde a antiga “Casa dos Lordes”, deixou o sistema do “sim senhor”, que marcou a política “freigalvãonense” nos últimos anos e passou a contar com o “pecado da oposição real”, com direito a barrar o Plano Diretor em vista de equívocos apontados, cobrar explicações e instalar investigações para apurar os passos franciscanos.

Há outras situações que, se contadas em programas humorísticos, seriam dignas de premiações. Em Aparecida, sob olhares atentos do Executivo, a composição entre Diguinho e Elcinho (lembrando aos desavisados que isso não é nome de dupla sertaneja…) é capaz de chamar a atenção, principalmente de quem fizer um rápido exercício de memória para lembrar o que levou o segundo para a prisão…

O casamento só ajuda a instalar o cenário mais ameno, de oposição quase nula.

A mudança na atitude chega a ser mais perceptível quando consegue atingir boa parte do plenário. Em Cruzeiro, a troca de prefeitos parece ter mudado também a visão de alguns vereadores sobre problemas na cidade. Afinal de contas, a culpa pela saúde já não é tão caseira assim… Nada como um bom cafezinho para acalmar o ímpeto dos representantes do povo.

Em meio à troca de ataques por afagos, bem mais interessantes com a proximidade das urnas, o eleitor mal consegue acompanhar o ritmo da montanha russa da política regional. Quem hoje é oposição, foi situação ontem, será amanhã e pode voltar a gritar “indignado” na sessão seguinte. Parece que entre situação e oposição, o povo terá que se desdobrar para escolher entre a direita canhota e a esquerda destra em outubro do ano que vem.

 

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