Atos e Fatos

“O populismo gosta tanto dos pobres que os multiplica – Mariano Grondona, jornalista argentino

Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, gesticula durante um comício (Foto: Reprodução)

A VENEZUELA DOS POPULISTAS
Caro leitor, fique tranquilo vamos passar ao largo da farsa das eleições na Venezuela e a sinuca de bico que o presidente Lula enfrenta para explicar a sua posição sobre a pantomima.
Vale a pena analisarmos as causas que levaram a Venezuela, o país possui a maior reserva petrolífera do mundo, chegar a este caos político, econômico e social.
A partir da década de 1920, a descoberta de grandes jazidas de petróleo na região do Lago de Maracaibo transformou a Venezuela em uma potência energética mundial.
Empresas estrangeiras, principalmente norte-americanas, investiram massivamente na exploração e exportação do petróleo, impulsionando a economia do país.
A dependência da renda petrolífera o país desenvolveu um modelo econômico centrado no petróleo, tornando-se cada vez mais acentuada, moldando-o num modelo altamente concentrado nesse setor.
A exportação de petróleo passou a ser a principal fonte de divisas, financiando a importação de bens de consumo e investimentos em infraestrutura.
A bonança petrolífera gerou um período de grande crescimento econômico, com investimentos em setores como indústria, serviços e infraestrutura.
No entanto, a distribuição da riqueza foi desigual, concentrando renda em um pequeno grupo da população e aprofundando as disparidades sociais.
O modelo econômico centrado no petróleo tornou a economia altamente vulnerável a flutuações nos preços internacionais do petróleo. Quedas nos preços do petróleo, desencadearam crises econômicas profundas, com escassez de alimentos e medicamentos, hiperinflação e desemprego em massa.
A concentração na exploração de petróleo levou à negligência de outros setores da economia, como a agricultura e a indústria manufatureira. A falta de diversificação produtiva tornou o país mais suscetível a crises externas.
Daí, o surgimento do processo político nacionalista, varreu a América Latina, a luta contra o imperialismo americano e a origem do movimento esquerdista.
A nacionalização da indústria petrolífera na Venezuela, ocorrida em 1975, foi um marco fundamental na história econômica e política do país.
O nacionalismo buscava maior autonomia e controle sobre os recursos naturais.
A ideia era que os recursos petrolíferos fossem utilizados para o desenvolvimento da Venezuela e o bem-estar da sua população.
A estatização permitiu ao Estado venezuelano aumentar significativamente sua arrecadação, o que possibilitou a expansão de programas sociais e investimentos em infraestrutura.
O papel do Estado na economia venezuelana, ampliando sua capacidade de intervenção e planejamento.
A nacionalização também trouxe desafios, como a necessidade de desenvolver competências técnicas para gerenciar uma indústria complexa, a pressão para manter altos níveis de produção para garantir a receita do Estado e a resistência de setores da sociedade que defendiam a manutenção do modelo anterior.
Portanto, a nacionalização da indústria petrolífera é considerada um dos momentos mais importantes da história da Venezuela.
Governos populistas buscaram aumentar o controle estatal sobre a indústria petrolífera, nacionalizando empresas estrangeiras e implementando políticas de controle de preços
Ela representou uma tentativa de romper com o modelo de subordinação econômica e de construir um país mais justo e independente.
No entanto, os impactos da nacionalização foram complexos e controversos: ditadura, falta de liberdade, desindustrialização, desigualdade social, corrupção, fome…
A partir da década de 1980, a Venezuela passou a enfrentar desafios significativos, como a queda nos preços internacionais do petróleo, que reduziram a receita do país e aumentaram a dívida externa.
A gestão da PDVSA, a estatal venezuelana, foi marcada por casos de corrupção e ineficiência, o que prejudicou a eficiência da empresa e a rentabilidade da indústria petrolífera.
A Venezuela entrou em uma profunda crise econômica a partir de 2014, com hiperinflação, escassez de alimentos e medicamentos e uma queda acentuada da produção de petróleo.
Nos últimos anos, a política energética da Venezuela tem passado por mudanças significativas, com a redução da produção de petróleo e a crescente dependência da importação de combustíveis.
A crise econômica e as sanções internacionais, com exceção do petróleo, têm dificultado a recuperação econômica do país.
A Venezuela tem um grande desafio: devolver o país ao seu povo!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *