Onda de furtos em Cachoeira Paulista preocupa comércio e moradores

Mais de 15 lojas são alvos de criminosos; Associação Comercial e empresários fazem abaixo-assinado pedindo mais segurança

Câmara de segurança flagra invasão a estabelecimento no Centro de Cachoeira (Foto: Reprodução)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

Um aumento no número de furtos tem deixado os comerciantes e moradores de Cachoeira Paulista em alerta. Nos últimos dias, mais de 15 lojas foram alvo de criminosos. A Acecap (Associação Comercial de Cachoeira Paulista) e o Comtur (Conselho Municipal de Turismo) estão organizando um abaixo-assinado solicitando às autoridades que reforcem a segurança na cidade.
A tentativa mais recente de furto aconteceu na madrugada desta sexta-feira (21), por volta das 3h. Enquanto realizavam uma operação com a finalidade de coibir furtos e prender possíveis infratores, os policiais militares do 23º Batalhão de Polícia Militar do Interior prenderam em flagrante um homem que tentava furtar uma loja na área central. Ele foi conduzido à delegacia de Lorena.
De acordo com levantamento realizado pela SSP (secretaria de Segurança Pública de São Paulo), os furtos na cidade aumentaram quase 36% entre janeiro e abril de 2024, em comparação com o ano passado. Nos primeiros quatro meses deste ano foram contabilizados 87 furtos, enquanto no ano passado o registro foi de 64 casos.
Dono de uma loja especializada em cortes de carne para churrasco na região central da cidade, Gustavo Lescura, de 39 anos, teve seu comércio invadido no último sábado (15). Os criminosos levaram moedas e produtos que estavam à venda, como cerveja. A invasão aconteceu por volta das 6h, mas o empresário só percebeu quando chegou para abrir a loja. “O susto foi grande, uma sensação de impotência e insegurança que não desejamos a ninguém”, desabafou Lescura nas redes sociais.
O estabelecimento do empresário Felipe Leite, de 30 anos, também foi alvo dos bandidos. A loja de artigos de presentes, também localizada na região central, foi furtada na madrugada do último dia 4, por volta das 5h. Foram levadas três sacolas que continham pelúcias pequenas, garrafas térmicas, produtos de beleza e chocolates em geral. Em quatro anos de loja física é a primeira vez que o estabelecimento é furtado. “O sentimento que fica é a insegurança e a falta de esperança para soluções realmente conclusivas. Estouraram duas portas de aço e a de vidro”, contou o empresário, que revelou que quando chegou na loja, a Polícia Militar de Lorena já estava no local ao invés da de Cachoeira, que não conseguiu comparecer por falta de viatura. “A PM esteve no local até mesmo antes de chegarmos, porém eram viaturas vindas de Lorena. Nos orientaram a fazer o boletim de ocorrência”.
A empresária Maria Luiza, de 26 anos, é uma dentre tantos comerciantes que estão preocupados com a onda de furtos. Ela, que é proprietária de uma loja de itens de decoração para casa, contou que está com medo da sua loja ser um dos próximos alvos dos criminosos. “Sentimos completamente vulneráveis, com a sensação constante de medo e insegurança e muito alerta quanto a qualquer detalhe que possa parecer suspeito”, contou Maria, que disse ainda que as autoridades não devem “esperar acontecer de novo” para tomar uma atitude. “As autoridades locais precisam se posicionar e tomar uma medida efetiva quanto à segurança pública, de forma preventiva, como rondas, ou talvez, incluir câmeras de segurança na região central”.
O intuito do abaixo-assinado organizado é buscar soluções concretas para garantir a segurança e tranquilidade dos comerciantes e moradores do município. “O abaixo-assinado encabeçado pela Acecap e pela Comtur tem como objetivo mostrar aos interessados e aos órgãos competentes que estamos indignados com os fatos”, frisou o presidente da Acecap, Marco Antônio de Paula Lico.
A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com o secretário de Segurança, Trânsito e Transportes, Anderson Monteiro Barbosa, para averiguar quais medidas estão sendo tomadas para melhorar essa situação, mas não obteve um retorno até o fechamento desta matéria. A reportagem procurou também a Polícia Militar para verificar se os casos têm alguma ligação e o andamento da investigação, mas também não obteve um retorno.

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