Atos e Fatos
“Não se abaixa taxa juros com bravatas”
Lula, em 2003
Professor Márcio Meirelles
QUAL O CAMINHO A TOMAR?
Nas duas últimas edições uma reflexão, sem muita profundidade, sobre os erros que o país cometeu e como nos perdemos.
Apesar das reflexões serem apontadas de forma superficial não tiram a gravidade dos temas que deveriam ser analisados.
Apesar de superficiais, as análises e os números, comprovam que somos capazes, competentes.
Qual a razão perdemos esta capacidade, erramos ou subestimamos!
O país conta com instituições serias e capacitadas, ligadas ao poder executivo para informar o governante a situação econômica, financeira e social, presente e futura.
O poder legislativo conta também com o Tribunal de Contas da União com um acervo técnico e profissional altamente capacitado.
A pergunta que fica é porque insistimos nos mesmos erros e não nos preocupamos pelo fato de conseguirmos ser a 6ª economia do mundo, em menos de cinquenta anos e, em apenas 5 anos, estarmos na 12ª, com tendência de queda.
Qual a razão pela qual o país, um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, o drama fome é persistente?
O país possui 12% da água do universo, jazidas enormes de minérios, petróleo, usa apenas 8% das suas terras agriculturáveis, energia elétrica, eólica, qual a razão para ter um crescimento econômico pífio?
Por que o país tem uma baixa produtividade?
Por que o país possui ilhas de eficiência técnica como o agronegócio e a produção de aviões e estes modelos não se reproduzem?
Outro tema: o fato de repetirmos os nossos erros e a incapacidade de priorizarmos as soluções?
Um exemplo recorrente, o atual governo pretende “reindustrializar” a economia e diminuir as desigualdades.
É impossível, nas condições econômico-financeiras atuais do país, crescer se a nossa produtividade é uma das mais baixas do mundo. A desigualdade persistirá.
As causas da baixa produtividade, os níveis de conhecimento e interpretação de textos e cálculo matemático, a baixa escolaridade do capital humano, o investimento e as reformas estruturantes que duram décadas para serem aprovadas.
Os incentivos fiscais e a sua principal consequência: a guerra fiscal entre estados para atrair investimentos.
Além deste aspecto a má alocação de recursos na economia prejudicaram o crescimento.
A falta de uma visão estratégica sobre o futuro do país, quando os governantes máximos não conseguem discernir a diferença entre governo e estado.
A falta de continuidade de políticas econômicas como sinal de estabilidade para o investimento privado e consequente crescimento econômico.
A falta de uma identidade dos poderes da república onde os ocupantes não cumprem com suas obrigações recaindo sobre o poder judiciário a decisão legislativa causando a judicialização e a insegurança jurídica.
O tamanho do estado brasileiro e o desnível burocrático dos componentes dos ministérios gerando feudos fortes e resistentes à governança como: Banco Central, Receita Federal, bancos públicos, estatais e outros.
Julgam-se independentes e autônomas, revestidas de poderes próprios e ao lado, órgãos públicos importantes sem nenhuma relevância política.
Se não bastasse as dúvidas que carregamos sobre o futuro do país temos questões que necessitam de respostas: que tipo de capitalismo prevalecerá; que democracia queremos; que sociedade desejamos construir.
Perguntas… sem respostas!