Polícia Civil abre inquérito sobre fake news e difamação contra Argus Ranieri

Pré-candidato a prefeito em Guará registrou boletim; caso pode ser analisado por delegacia especializada

O pré-candidato a prefeito de Guaratinguetá, Argus Ranieri, que buscou a Polícia para desvendar fake news (Foto: Rafaela Lourenço)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

A Polícia Civil de Guaratinguetá abriu inquérito para apurar uma denúncia de difamação através do compartilhamento de fake news contra o pré-candidato a prefeito Argus Ranieri (MDB). Ele registrou boletim de ocorrências há uma semana, após perfis e páginas compartilharem um vídeo, em que o pré-candidato supostamente fala a favor do novo coronavírus.

O vídeo utiliza o recorte de áudio de uma entrevista concedida por Ranieri à uma emissora de rádio local e a edição inclui manchetes e matérias de emissoras de TV brasileiras, em que são mostrados dados e notícias sobre mortes em virtude do novo coronavírus. A publicação tem data de 28 de maio.

O conteúdo, com recorte do áudio, editado e publicado em vídeo, foi veiculado em perfis e páginas de redes sociais. “Infelizmente me senti ofendido, pois demos uma entrevista e as pessoas descontextualizaram, fizeram edição de textos, de imagens e isso acaba denegrindo a nossa imagem”, explicou Ranieri.

A denúncia foi registrada no 3º Distrito Policial. “Hoje, nas redes sociais essa questão é muito grave. Estamos entrando num período eleitoral e a preocupação é de todos. Nós sabemos que a rede social é um campo onde as pessoas de bem promovem coisas boas, e as pessoas de mal, promovem maldades e colocam informações que não são verdadeiras. Isso não pode acontecer e tem que ser combatido dentro da lei”, concluiu.

À frente da investigação, o delegado Francisco Sannini Neto explicou que o caso foi registrado como difamação e esclareceu onde há o enquadramento do agravante de fake news. Ele revelou que uma delegacia especializada pode dar seguimento ao caso. “Não existe um crime de fake news. Essa conduta foi criada pela imprensa, mas não existe. Porém, as notícias falsas, podem dar ensejo à diversas ou algumas infrações penais. Depende do caso concreto, depende do contexto”, explicou. “Cada investigação se desenvolve de forma pontual, de acordo com o caso concreto nós teremos um crime. Pode ser que seja apurado por um distrito A, B ou até por uma delegacia especializada”, concluiu.

Questionado se o caso pode ser encaminhado ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por envolver um pré-candidato, Sannini informou que por enquanto não. “Com os elementos até então apurados, não vislumbramos crime de caráter eleitoral”.

Não foram divulgados oficialmente os nomes de perfis e páginas envolvidos no compartilhamento do conteúdo. A Polícia Civil investiga a origem do vídeo, os compartilhamentos e possibilidade de perfis falsos.

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