Ubatuba desativa hospital de campanha que atendia pacientes com Covid-19

Decisão gera polêmica na cidade litorânea; unidade temporária teve investimento superior a R$ 3 milhões

Um dos leitos para atender pacientes da Covid-19, no hospital de campanha desativado em Ubatuba (Foto: Reprodução PMU)

Lucas Barbosa
Ubatuba

Com um total de 46 internações de vítimas do novo coronavírus desde sua inauguração, o hospital de campanha de Ubatuba teve suas atividades encerradas na última terça-feira (29). A Prefeitura justificou que a medida foi motivada pelo fim do prazo de contrato com a organização social que administrava a unidade.

Após um investimento municipal de R$ 3,1 milhões para a montagem da estrutura do hospital temporário e contratação da gestora Iapp (Instituto de Apoio a Políticas Públicas), o aparelho público foi inaugurado pelo prefeito Délcio Sato (PSD), em 6 de julho, no Centro Municipal de Convenções, que fica na região central. Na época, parte dos vereadores e da população questionou o alto valor aplicado pelo Executivo na unidade desmontável, que contava com 38 leitos de média e baixa complexidade e dois de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

Além de comunicar a desativação do hospital de campanha, uma nota oficial divulgada pela Prefeitura de Ubatuba na última terça-feira revelou um balanço sobre os atendimentos realizados no local.

Dos 46 pacientes que deram entrada na unidade, três morreram, 37 se curaram e nove descobriram que não estavam infectados. “Nesses três meses, a capacidade de internação se manteve de 30% a 40%. Avaliamos positivamente, porque indica que todas as ações que a municipalidade adotou, referente a distanciamento social e medidas de contenção da propagação do vírus, foram eficientes, mantendo a situação sanitária sob controle”, afirmou a diretora de supervisão de Saúde Especializada de Ubatuba, Olívia Samersla.

Ela apontou também os motivos que levaram o Munícipio a implantar o aparelho público provisório. “O que justificou a montagem do hospital foi um estudo do instituto Adolpho Lutz, elaborado especificamente para Ubatuba, que na época possuía uma taxa de isolamento social de 62%. Se nenhuma medida sanitária tivesse sido adotada, teríamos alcançado as taxas previstas pelo estudo, que eram de 1500 moradores gravemente contaminados e cerca de 315 óbitos”.

O Executivo esclareceu ainda que a Iapp foi a responsável pela contratação da equipe médica e aquisição dos equipamentos necessários. Sem especificar a quantidade, a Prefeitura revelou que parte dos objetos permanecerá na cidade para o atendimento da população, como ventiladores, mobiliários hospitalares e medicações.

O anúncio sobre o encerramento das atividades do hospital de campanha gerou polêmica pelas ruas da cidade e redes sociais, onde internautas questionam novamente o alto investimento promovido por Sato na montagem da unidade temporária.

Pandemia – De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela secretaria de Saúde de Ubatuba no fim da tarde da última quarta-feira, o município contabiliza 1.399 infectados pelo novo coronavírus, com 35 mortos, 1.328 curados e nove internados.

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