Onda de crimes cresce e região busca soluções para segurança

Índice de roubos e furtos aumenta no primeiro semestre e faltam policiais civis para solucionar casos da região

Prisões da Policia Militar aumentaram nos últimos meses na região; cidades buscam maior policiamento (Foto: Arquivo Atos)
Prisões da Policia Militar aumentaram nos últimos meses na região; cidades buscam maior policiamento (Foto: Arquivo Atos)

Rafaela Lourenço
Região

Dados da secretaria de Segurança do Estado de São Paulo mostram que o interior teve o menor registro da taxa de homicídios em 2015, fechando 8,26 mortes por 100 mil habitantes. Na região, os primeiros sete meses de 2016 apresentaram instabilidade nos números referentes a homicídios e aumento de casos de roubos e furtos.

No comparativo com os dados publicados pela secretaria do Estado referente ao mesmo período do ano passado, as cidades do Médio Vale reduziram ou mantiveram a quantidade de homicídios e aumentaram consideravelmente os índices de roubos e furtos.

Pindamonhangaba lidera com o maior número de homicídios dolosos (19) no comparativo a 2015, foram 15 mortes registradas no município; seguida por Lorena que manteve as mesmas 12 vítimas e Guaratinguetá que passou de sete em 2015 para dez mortos neste ano. Já Cachoeira Paulista não registrou mortes até julho, ao contrário das duas mortes registradas no ano passado.

De acordo com o delegado da Seccional de Guaratinguetá, Márcio Ramalho, que atende a dez municípios, Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Lorena, Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Piquete, Potim e Roseira, são milhares de crimes registrados por ano, o que se torna impossível de investigar a todos devido ao atual efetivo. “A prioridade são os crimes mais graves, os que violam o direito à vida, como por exemplo, o homicídio. A nossa taxa de esclarecimento em Lorena há uns meses chegou ao índice de 90%, mas num total de municípios gira em torno de 60% e 70% de homicídios solucionados ao mês, o que é equiparado à polícia de primeiro mundo”, comentou.

O cenário negativo segue entre as três cidades. Lorena foi o município que mais teve roubos registrados, foram 446 no período. Pindamonhangaba apresentou 429 e Guaratingetá 229. A moradora do bairro Vila Hepacaré, em Lorena, Lourdes Soares de 57 anos, foi mais uma vítima da onda de assaltos que a cidade enfrenta neste ano. “É um absurdo! A gente é roubada durante o dia mesmo, não precisa nem estar de noite para esses bandidos aparecerem. Temos medo de sair de casa, e isso não pode ficar assim”, contou.

O secretário de Segurança Pública de Lorena afirmou executar trabalhos em conjunto com a Polícia Militar e reforçou que a Guarda Civil Municipal, que atuará no policiamento da cidade. “Com o início da capacitação dos vinte novos guardas agora em setembro, estarão bem preparados e capacitados para atuar já no início de 2017” contou Capitão Elton.

O efetivo total da secretaria atualmente é de 34 guardas patrimoniais, que continuarão assegurando os prédios públicos, e vinte guardas civis, que além de auxiliar nesta fiscalização, terão atribuições voltadas para a proteção da população em vias públicas.

Ainda de acordo com Ramalho, as maiores dificuldades em solucionar os casos são o número baixo do efetivo, com 35% de cargos vagos que não são repostos. O Instituto de Criminalística tem poucos funcionários e equipamentos, além da falta da colaboração das vítimas e testemunhas para delatarem sobre os crimes. “O governo abriu um concurso em 2013, e vamos receber até o final do mês quatro investigadores e quatro escrivãs, mas temos 21 delegacias, o que não comporta para atender tantos crimes. Quando a polícia tem condições de se dedicar, os resultados são bons” explicou.

Há um projeto em estudo para o quadriênio 2017/2020 para que seja implantado em Lorena um Centro de Operações Integradas de Segurança Pública Municipal que receberá imagens de todo o monitoramento da cidade. “A ideia é adquirirmos uma estrutura de videomonitoramento, espalharmos em pontos sensíveis da cidade algo em torno de 50 câmeras para que possamos ver em tempo real pessoas, patrimônios, veículos e pontos comerciais. A ideia é fazer um verdadeiro Big Brother em Lorena”, comentou Elton.

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